Cara leitora, ando meio desanimada, sem estímulo para escrever sobre televisão. Especialmente novelas. Não sei se realmente as de antigamente eram melhores ou se estou cansada do quarteto mocinho, mocinha, casal de vilões. E quer saber? Caminho nesse planeta por 80 anos e estou cansada de ver maldade ao vivo e em cores. E não tenho a mínima vergonha em dizer que preciso de alguma coisa para me alienar ou para me entusiasmar.
A novela cumpria para mim esse papel. Mas assisto Babilônia por obrigação. Nada nessa novela me interessa. De Camila Pitanga, a sacal mocinha justiceira, a Chay Suede, que esteve ótimo em Império e, em Babilônia, está desligado, desinteressado. Também ele não tem texto, não tem uma história. Não existe um personagem para o jovem ator desenvolver. Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, o casal gay, depois de forte reação do público, estão praticamente sem função. E até a tão incensada Gloria Pires não me comove nem me motiva a aplaudir!
É uma novela que nasceu morta, não vibra. Vai se arrastando na UTI até o final. Ela perdeu o que é mais importante em uma novela. Não é só a audiência. É também a cumplicidade do público. Como se ele, público, “escrevesse” junto com o autor através de uma sintonia invisível. Não é só ibope, não, é mais. Só que os “gênios” não entendem isso.
Esse texto representa a opinião da colunista e não necessariamente reflete a opinião da revista ANAMARIA