Para Weber, Benny é o cara que perdeu
as ilusões, mas nunca deixou de ser
provocador
Foto: Divulgação Rede Globo
A diretora Denise Saraceni o convidou para fazer a minissérie Nassau. Mas a produção foi cancelada por causa de seu alto custo. À Maria Adelaide Amaral, foi encomendada uma outra história. Guilherme Weber, então, aproveitou o tempo vago para se dedicar ao teatro, fazendo A Educação Sentimental do Vampiro. A espera acabou quando a autora entregou a sinopse de Queridos Amigos. Denise imediatamente viu em Benny o personagem ideal para Weber. Acertou em cheio! O ator de 33 anos admite que tem uma personalidade tão melancólica quanto o gay provocador da minissérie, que se passa no fim da década de 80.
Música dá o tom do personagem
“A década de 80 foi muito importante para mim, foi uma década que definiu muito o meu temperamento. As bandas que eu ouvi nos anos 80, The Smiths, The Cure, The Police, me acompanham até hoje e moldaram uma personalidade melancólica, um pouco gótica, irônica. Aí, eu trouxe um pouco desse universo para o Benny.”
O Brasil do desencanto
“Acho que cada personagem da minissérie é um pedacinho do Brasil e o Benny é aquele pedaço do país que perdeu as ilusões, que se calejou, que perdeu o romantismo, que ficou cínico. Ele tinha um humor totalmente fraterno, totalmente humanista nos anos 70. Ele era um Cazuza, um Caio Fernando Abreu, um cara centralizador e ele se tornou um capitalista, um melancólico, mas nunca deixou de ser um provocador. ”
Uma década de descobertas
“Eu comecei a fazer teatro amador em 89. Tinha um grupo, em Curitiba, que precisava de um garoto. Aí, eu fiz um teste e entrei. Oitenta e nove, então, foi o ano que eu comecei a ver a vida adulta. Conheci a boemia, comecei a fazer a peça, saía com os atores depois. Então, 89 foi o ano que me trouxe a fraternidade do teatro e da noite, a fraternidade da boemia.”