Íris Abravanel fala sobre Revelação
A primeira-dama do SBT dá a cara a tapa em sua primeira novela
“Antes, eu achava que o SBT era espaço
só do meu marido”, diz Íris
Foto: Cida Souza
A ideia de escrever uma novela surgiu há anos, quando Íris Abravanel ainda trabalhava na revista Contigo! e combinou com Walcyr Carrasco de criarem uma trama juntos. O projeto nunca decolou, mas a vontade de ser autora ficou mais forte com o tempo. “Consultei meu marido sobre a chance de fazer uma novela no SBT e ele me apoiou”, conta a esposa de Silvio Santos. A partir daí, ela arregaçou as mangas: montou um quartel-general em sua casa, logo acima do escritório do marido, onde passava horas escrevendo com seus colaboradores. Depois, consultou diretores, autores experientes e enfrentou dificuldades: “A cidade cenográfica estava caída e a equipe desanimada. Silvio reconhece que devia ter dado mais atenção às novelas”. Semanalmente, ela entregava trechos ao marido e a Yves Dumont, supervisor do texto. “Eles queriam algo sempre melhor”, lembra Íris, que faz de sua falta de experiência uma aliada: “Acompanhei tudo passo a passo para aprender. Vendemos ilusão, mas por trás das câmeras é uma vida árdua.”
Ajuda preciosa
Faltava o nome da novela. Mas, numa bela manhã, o dono do SBT sugeriu: “Por que você não coloca Revelação?” “Aceitei, mas precisei encontrar a tal revelação para a trama”, diz Íris, cujo segredo tem a ver com o jogo de poder entre os personagens. O atraso para a estreia também não tirou seu sono. Como os capítulos já foram gravados, ela não contará com a opinião do público para possíveis mudanças. “Fizemos grupos de discussão e Silvio pediu a opinião de suas colegas de trabalho”, conta a autora, que pretende corrigir tudo na edição. Hoje, Íris vibra ao ver sua novela no ar: “Antes, eu achava que o SBT era espaço só do meu marido”, diz ela, que foi barrada pelo porteiro na primeira vez que foi a uma reunião. Agora, Íris tem seu crachá e novos projetos: já escreveu 20 capítulos da próxima novela, Vende-se Véu de Noiva, adaptação da obra de Janete Clair.