Karol Conka: “Nossa convivência me fez crescer como mulher”
A cantora aceitou o desafio de CLAUDIA e escreveu uma carta ao filho Jorge agradecendo o tom que sua vida tomou com o nascimento do menino
O que você escreveria se tivesse que enviar uma carta para a sua mãe? Ou para os seus filhos? A cantora e apresentadora Karol Conka, 30 anos, aceitou o desafio de CLAUDIA e produziu um texto emocionante para seu filho Jorge, 11 anos.
“Entendi o significado da existência quando você nasceu. Aprendi que tinha de ter amor próprio, algo que até então desconhecia, para poder dar amor a você também. Foi incrível! É um sentimento lindo, que se amplia a cada dia. Nossa convivência me fez crescer como mulher.
Lembro-me de quando era bebê e eu ficava olhando você dormir. Chorava observando seu sono e sentindo sua respiração. Aliás, chorava muito, todos os dias, conforme aumentava a vontade de protegê-lo e de dar a minha vida por você. Não sei o que seria de mim atualmente, tanto pelo lado pessoal quanto profissional, se não tivesse me tornado sua mãe. Muitas coisas me assombraram no início.
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Engravidei aos 19 anos, era muito jovem e tive vergonha. Também achava que não conseguiria viajar e viver da música, como sempre havia sonhado e ainda não tinha realizado. Queria que as pessoas me enxergassem como artista e não como mãe solteira da periferia, por isso nunca quis cantar esse sofrimento.
Mas, por outro lado, a depressão pós-parto me fez resgatar uma força interna imensa, pois me dei conta de que você dependia de mim. Fiz uma espécie de autoterapia. Ia para a frente do espelho e começava a falar que eu era maravilhosa, que daria conta daquilo. Se hoje sou uma mulher empoderada, é porque compreendi que não poderia abaixar a cabeça, tinha de lutar e seguir em frente por nós dois.
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Ainda me lembro da sua emoção no dia em que ganhou o primeiro quarto só seu, lindo, pois aquele espaço virou o seu mundinho. Chegou da escola e ficou emocionado quando viu tudo montado. Não saía mais de lá. Até comer lá dentro você queria! Tinha voltado a morar comigo em um apartamento pequeno e alugado em Curitiba, depois de ficar dois anos e meio na casa da sua avó – àquela altura, eu já estava fazendo muitos shows.
Tenho orgulho de quem você é, da sua maturidade, do seu olhar romântico, da personalidade tranquila e centrada, além do jeito lindo de me ensinar as coisas. Sei que você me enxerga como heroína e também que estou educando alguém que se tornará um homem maravilhoso, pois você respeita as pessoas, trata-as como iguais.
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Você ficou em Curitiba e eu vim embora para São Paulo, mas, mesmo de longe, me reconheço na sua simpatia, nas suas gracinhas… e sinto uma saudade enorme. Sofro escondida para não preocupá-lo e fazê-lo sofrer. Mesmo distantes, nossa conexão é intensa e maravilhosa. Às vezes, a gente não tem nem o que falar, mas fica apenas um ouvindo a voz do outro no telefone e repetindo: ‘Ah! É… Ah! Tá…’ Também adoro quando recebo mensagens suas porque me viu na TV.
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Já conversamos bastante e acho que você entendeu que não seria bom vir morar em São Paulo agora e deixar sua vidinha, pois a minha rotina é corrida. Mas saiba que nos últimos seis meses, desde que me mudei, tive gastrite e úlcera, porque sinto sua falta. Logo você virá ficar comigo definitivamente. Daí, vamos fazer o que mais gostamos: ficar de pijama o dia inteiro, comentando as falas dos filmes, tirando onda, jogando videogame, vendo desenhos e comendo besteirinhas.”