Malu Mader fala sobre criminalização do aborto no ‘Encontro’
Atriz ressaltou que aborto é questão de saúde pública durante participação no 'Encontro'
A atriz Malu Mader, 51 anos, foi uma das convidadas do Encontro com Fátima Bernardes nesta quarta-feira (06) e fez questão de rebater o comentário de uma moça da plateia que opinou contrária ao aborto. Mãe de dois filhos, a atriz deixou defendeu que ninguém é a favor do aborto, mas que ele existe e muitas mulheres morrem por procedimentos mal realizados em clínicas clandestinas.
“Desculpa. É que eu tô meio aflita. Ninguém é a favor do aborto, não existe ninguém a favor do aborto, a favor de matar. Não é uma questão de ser a favor ou não. É uma questão de que ele existe. Muitas mulheres fazem aborto e muitas morrem, sobretudo as pobres”, defendeu Malu.
Leia mais: 10 famosas que levantam a voz pelos direitos das mulheres
“E mais uma vez é a sociedade criminalizando a mulher pobre. Quando a gente discutir isso de fato, porque a mim parece que não importa muito a vida dessa mulher. Ninguém está preocupado. Me parece as vezes questão de hipocrisia. Não é uma questão de ser a favor, não pode ser criminalizado. Se fizer a pergunta: você é a favor do aborto? Não. Você conhece alguém que fez aborto? Sim.“, completou.
Malu reiterou que a legalização do aborto é questão de saúde pública e não de religião. “Essas questões de onde começa a vida eu compreendo que as pessoas se choquem, mas ninguém nunca se empenhou numa campanha contra a gravidez indesejada, em educar. Ninguém tá assim tão preocupada com a vida das pessoas como quer fazer parecer. É um conservadorismo, uma pauta que é de saúde pública, não é uma questão de religião, de nada“, completou.
Leia mais: Aborto: o que podemos aprender com a descriminalização no Uruguai
Para encerrar, a atriz ressaltou que para quem tem o privilégio de ter uma boa estrutura familiar e financeira é mais fácil evitar uma gravidez indesejada. “De fato eu acho uma coisa horrível, mas quando comecei minha vida sexual eu tinha uma vida privilegiada. Um ginecologista à disposição, uma mãe em casa podendo me dar atenção, tinha com quem conversar. É preciso orientar, dar camisinha, informar“.