Marcílio Moraes fala sobre o final de Vidas Opostas
O autor comemora o sucesso de sua trama pra lá de violenta
Marcilio diz que a história da trama
trouxe os homens para a frente da TV
Foto: Oscar Cabral
Marcílio Moraes não sabe o que é um chope com os amigos há um ano e meio. Para dar conta da complexa trama de Vidas Opostas, que termina na segunda 27, o autor se dedicou muito. Acordava cedo, lia o jornal e já ia para o computador.
De lá, só levantava para ver a novela, às 22 h, e depois retornava para a labuta. Desde a semana passada, quando acabaram as gravações, Marcílio está voltando à vida normal. “Foi trabalhoso e é estranho quando termina. Fica o luto. Ué, cadê os 40 personagens que estavam aqui?”, brinca ele. “Dever cumprido! Agora, posso acordar sem aflição de já estar atrasado para escrever”, diz ele, que só voltará a fazer novela em 2009. Bom descanso.
Você fugiu do típico final mágico. Acha que o público sentirá falta?
Acho que não. Não precisa ter casamento para ser feliz. Eu mostrei um momento, não a vida inteira daqueles personagens. A novela termina, mas é como se tudo continuasse.
Vida de bandido é curta… Jacson só poderia acabar morto?
Não pensei em outro fim para ele. Imagina se fica com a Joana? Coitada, lutou tanto para sair daquela vida e terminaria com bandido? Seria depressivo.
Mas o público passou a gostar dele…
Trabalhei para humanizá-lo. Mas o público gosta, porque acha que quem está apaixonado deve ser perdoado. Não é assim, ele é cruel! Claro que o trabalho do ator também ajudou.
Escreveu algum papel para um ator específico?
Não. Só depois dos personagens prontos é que escolhemos. Leo Rosa e Maytê Piragibe foram apostas. Já Heitor Martinez faria Pedro ou o delegado, mas insistiu no Jacson e deixamos.
Foi o sucesso que você imaginou?
Foi mais! Repercutiu e a audiência era excelente. Fazer barulho não estando na Globo é difícil! Vidas Opostas veio na hora certa para o momento que vivemos.
Qual foi o maior desafio?
Foi armar a história. Nos primeiros 80 capítulos, tirava meu sono. Não é uma trama de clichês. É violenta, mas precisei colocar um limite. Até acho que fui longe demais… Mas, agora, se vierem críticas, já acabou!
Novela de macho
“Não foi uma novelinha cor-de-rosa. É de macho! (risos). Estou brincando, mas acabou sendo uma trama que trouxe os homens para a frente da TV. Tinha a parte açucarada do romance de Miguel (Leo Rosa) e Joana (Maytê Piragibe), mas havia também ação, briga, policial, bandido… O universo da novela era bem masculino. E é bacana sair do padrão, ter conquistado esse público também, foi ótimo!”