Maria Casadevall responde críticas sobre ter feito topless no pré-Carnaval
A atriz aproveitou o momento para pedir desculpa para as mulheres negras e abriu o Instagram para o debate sobre o assunto.
No último domingo (24), a atriz Maria Casadevall participou do bloco “Acadêmicos do Baixo Augusta”, em São Paulo. Para entrar no clima carnavalesco, a artista se jogou no glitter e na blusa holográfica. Mas, mais do que isso, ela também aproveitou o momento para fazer um topless, com o famoso “Ele não” escrito acima dos seios.
Ainda que a retomada do slogan usado contra o presidente Jair Bolsonaro durante as eleições pudesse causar rebuliço nas redes sociais, o que realmente chamou a atenção da atriz e a fez se posicionar no Instagram foi entender que o ato de aparecer em público com os seios à mostra só foi possível pelos privilégios que a rodeiam.
Em uma sequência de 12 publicações nos stories, Maria afirmou que o que fez não era uma manifestação, mas uma escolha pessoal e que se pôde fazer isso, é porque existe uma proteção ao redor dela como mulher branca e popularmente conhecida.
“Não, meu peito à mostra no último domingo em um bloco pré-carnaval de SP não era um protesto. Não era uma manifestação feminista e não era um convite a coisa nenhuma. O meu peito à mostra no último domingo pré-carnaval, reconheço, estava ali protegido por todos os privilégios que me cercam como mulher branca e figura pública e certamente garantiriam a minha integridade física ao fazer essa escolha naquela tarde, como aconteceu”.
Além de também dizer que, ao mostrar o seu corpo, não estava em busca da aprovação masculina, Maria falou diretamente com as mulheres negras. Primeiramente, ela pediu desculpa caso alguma delas tivesse se sentido ofendida com a sua atitude e deixou claro que, caso elas quisessem mandar vídeos explicando o ponto de vista delas, o perfil da artista estaria aberto para isso.
Entre as mensagens que a atriz recebeu, ela repostou a sequência de vídeos de uma jovem chamada Gabriela e um texto da seguidora Natália Tainã. Ambas lembraram à Maria – e quem a segue – que a luta pela liberdade da mulher negra é diferente da branca, já que o corpo negro sempre foi sexualizado e exposto – lembra da Globeleza?
“Hoje, 2019, um corpo nu não nos trará benefícios, não mudará os “dados” de feminicídio e não nos unirá. Porque infelizmente esse corpo nu ainda é privilégio de poucas. Entretanto, não tiro a importância desse ato. Não desmereço x ou y por tal, no fim de tudo, a gente quer a mesma coisa, só que esquecemos que traçamos caminhos diferentes até chegar lá“, pontuou Natália.
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