Ana Paula Arósio atua em sua
nona novela de época
Foto: Zé Paulo Cardeal
Dona de um dos mais belos rostos da televisão brasileira, ela encanta a todos com o sorriso, os olhos azuis e a gargalhada contagiante. Essa é Ana Paula Arósio, 32 anos, que está completando 15 de carreira como atriz e sempre interpretou mulheres marcantes no cinema, no teatro e sobretudo na TV. É o caso, por exemplo, de Hilda Furacão (1998), da Giuliana, de Terra Nostra (1999), e da moderna Olívia, de Páginas da Vida (2006). Agora, em Ciranda de Pedra, a estrela é Laura, uma mulher cheia de conflitos e sofrida. “Adoro fazer personagens de época. Mas a Laura é diferente das anteriores. Ela não é uma mulher à frente do seu tempo, não é feminista. Só quer ficar com aquele que é o homem de sua vida”. Mas a beldade tem muito mais a declarar, inclusive sobre vida pessoal. Leia mais na entrevista feita pela tititi.
tititi – Como você traduz a Laura?
Ana Paula Arósio – Ah, ela tem problemas psicológicos, e acho que isso se deve à sua infelicidade no casamento. Laura mora com o marido, Natércio (Daniel Dantas), e tem duas filhas com ele. E é mãe também de Virgínia (Tammy Di Calafiori), fruto de uma relacionamento extraconjugal com Daniel, seu grande amor.
Quando foi convidada para a novela, aceitou de cara?
Ah, sim, e fiquei envaidecida por terem acreditado na minha capacidade de encarar uma personagem complexa como essa, que tem um distúrbio emocional e usa toda sua força para tentar esconder isso.
Você e ela têm algo em comum?
Só o fato de sermos carinhosas, mais nada. Mesmo assim, estou aprendendo muito com a Laura sobre o ser humano.
Interpretá-la é um desafio?
O maior desafio é conseguir somar todas as nuances que essa mulher tem. Ela é elegante, mesmo com tantos problemas. É capaz de dizer “eu te odeio” com uma finesse incrível. E me proporciona uma densidade dramática que é difícil de encontrar.
Você acha que ela é realmente louca?
Ela é chamada de maluca a novela inteira, porque tem uns ataques violentos, mas não acho que seja louca. A personagem tem um desequilíbrio que começou como aqueles que todo mundo tem. Só que, ao longo dos anos, foi tão maltratada e reprimida, que piorou. Mas eu a vejo como uma pessoa forte e muito humana.
De que maneira se preparou para as cenas nas quais ela tem esses acessos de loucura? Leu a respeito, fez laboratório?
Não precisei, não! É só olhar para as pessoas que estão à minha volta. Sempre tem um maluco para eu me espelhar! (risos) Ninguém é totalmente normal.
É muito desgastante para você fazer essas seqüências mais pesadas?
Olha, há dias que chego em casa ainda um pouco zonza com as cenas. Mas tomo um banho, abraço minhas cachorras, dou comida para os meus peixes e pronto! Volto a ser eu mesma.
E esse lance de você, que é jovem, interpretar a mãe de três moças na história?
É estranho, foi uma surpresa para mim. Aliás, a questão da maternidade foi prioridade no meu trabalho de preparação corporal, de voz e até psicológica. Precisava fazer uma mãe de família da forma mais realista possível.