Além de atuar, Rodrigo Andrade também se dedica à música e lançou dois CDs
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Gente boa, humilde e amigo, nem de longe Rodrigo Andrade lembra o mau-caráter Berto, seu personagem de “Gabriela“. Namorando há dois anos a modelo Melina Torres, com quem divide o mesmo teto, o ator de 28 anos diz que respeito é o principal ingrediente para uma relação dar certo.
Apaixonado declarado, ele, apesar de não se considerar romântico, gosta de surpreender a namorada sempre que se lembra das datas especiais. “Sou meio desligado, mas tenho como qualidade a parceria e a hombridade. Não só a minha namorada, mas os meus amigos costumam dizer que sou melhor para as horas ruins do que para as boas”, conta o bonitão.
Mas sua trajetória nem sempre foi um mar de rosas. Nascido numa família simples, o paulista começou a trabalhar cedo. Aos 12 anos, foi ganhar a vida como vendedor de tênis e, aos 18, decidiu ir para a capital de São Paulo estudar teatro.
Quando você percebeu que tinha vocação para interpretar?
Cresci nesse meio. Meu pai trabalhava em circo e meu avô era cantor sertanejo. Inclusive, ganhei o meu primeiro violão dele aos 7 anos. Foi depois disso que tomei gosto pela música sertaneja. Desde que me entendo por gente, gosto de música e teatro. Por falar nisso, lancei meu segundo disco, SETE. Quem quiser baixar é só ir ao meu site.
Como concilia atuar e cantar?
Não é fácil. Só eu sei o que eu passei para chegar até aqui. Muita gente me virou as costas. Mas ainda falta muito. Quero chegar longe e quebrar o preconceito de que quem atua não pode cantar.
Que tipos de dificuldade passou?
Para ganhar dinheiro, fui vendedor de tênis, produtor de banda de axé e garçom. Por isso, sempre dou atenção aos atores que estão iniciando e batalhando por um lugar no meio. Já estive do outro lado e não gostei quando os veteranos foram grosseiros comigo.
Hoje em dia deve esbarrar com um monte deles, né?
Sim. O mundo gira! Eles podem fingir que não se lembram de mim. Mas não esqueço e uso isso como lição de vida.
Considera o atual trabalho a grande oportunidade da sua carreira?
É uma delícia! Depois de viver o Eduardo, em Insensato Coração (2001), que era um homossexual introspectivo, interpretar o Berto é um presente como ator.
Esperava toda essa repercussão?
Não mesmo. E a virada do personagem, que, de simples machão virou um vilão, é ótimo! É uma chance de mostrar o meu trabalho e o que sou capaz de fazer.
Quais foram as suas referências?
Tenho uma coisa que é entrar no universo dos personagens. Na época de “Insensato Coração”, decidi ficar 15 dias sozinho numa chácara. Para “Gabriela”, passei o mesmo tempo na Bahia. Fui por conta própria. Queria conhecer o cotidiano deles, aprender o sotaque. Fiz também um mix da macheza de Al Pacino, em “O Poderoso Chefão” (1972), com o jeito rude de Marlon Brando e a frieza e o olhar vazio de John Malkovich, em “Ligações Perigosas” (1988). Para a atual fase, assisti a “Vidas Amargas” (1955), com James Dean. Tem tudo a ver.
Você faz muitas cenas de sexo. A “namorida” não tem ciúme?
No início tinha, mas agora se acostumou. Ela sabe o quanto batalhei para conseguir um bom trabalho e não vai deixar o ciúme atrapalhar. Eu também sou um cara tranquilo, não vivo na noite e, mesmo quando estava sozinho, nunca fui de pegação.