Ticiane Pinheiro: “Dei o meu melhor, fui uma supermulher, supermãe. Não tenho trauma de casamento”
Em Orlando, em suas primeiras férias com a filha, Rafaella, após a separação, a apresentadora fala sobre o fim do casamento com o publicitário Roberto Justus
O ano passado foi turbulento para Ticiane Pinheiro, 37 anos. Depois de oito anos de união com o publicitário Roberto Justus, 58, o relacionamento chegou ao fim em maio. “A gente casa pensando que será para a vida inteira. Fiz de tudo para não me separar”, revela a apresentadora em entrevista exclusiva a CONTIGO!. Ticiane relembra como superou o período ao lado da filha, Rafaella, 4, e assume que ficou magoada quando Justus surgiu com a nova namorada, a advogada e modelo Ana Paula Siebert, 25. Há três meses, Ticiane mora com a filha em um apartamento no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, e tem como vizinhos de condomínio os dois filhos mais velhos do ex, Ricardo, 30, e Fabiana, 26 (Justus também é pai de Luiza, 19). “Eu me sentia mal de ficar sozinha em casa. Rafa dormia e me dava um desespero. Eu ligava para minhas amigas para marcar alguma coisa”, relembra. Ela chegou a ter um affair com um empresário, mas o romance não evoluiu.
Passados sete meses do fim do casamento, Ticiane diz que superou os momentos delicados e está pronta para refazer a vida. “Foi um processo difícil, mas eu procurava ver sempre o lado bom das coisas”, conclui. Hoje, ela divide o comando do Programa da Tarde, na Record, com Ana Hickmann, 32, e Britto Jr., 50: “Profissionalmente, foi o melhor ano da minha vida”. Depois de meses tão intensos, a apresentadora aceitou o convite da organizadora de festas Andrea Guimarães, 47, para passar o Réveillon e o início de 2014 nos parques de diversões Universal Studios e Universal’s Islands of Adventure, em Orlando, nos Estados Unidos. Foi a primeira viagem internacional dela com a filha sem a presença de Justus. Depois, seguiram para uma estação de esqui no Colorado – Rafaella encontrou o pai e continuou em férias com ele. Ticiane voltou para Miami. A seguir, veja a entrevista exclusiva.
Como ficou a rotina de Rafaella com você e Roberto depois da separação?
Nós temos a guarda compartilhada. Alternamos os fins de semana com ela. Uma vez por semana, Rafa também dorme na casa do pai. Mas, se Roberto viaja, por exemplo, eu a levo antes. A gente se dá superbem e não tem estresse. Como ela está sempre comigo, se o pai quer mais tempo, eu deixo. Roberto é superpaizão e a Rafa gosta.
Foi assim desde o início?
No início, eu sofria mais. Depois, você se acostuma. Quando chego em casa na sexta-feira e ela já foi para o sítio com o pai, dá uma dorzinha, um vazio. Antes, ligava para Roberto e dizia: “Eu quero ela aqui!” Mas ele foi muito legal, sempre respondia: “Vem para cá, fica aqui”. Ele me chamava para ir para o sítio, para ficar um pouco mais com a Rafa.
Você sofreu com a separação?
Toda separação é dolorosa. A gente casa pensando que será para a vida inteira. Na história da minha família não existia nenhum caso de separação. Eu sofri, fiquei mal, mas nem tanto por mim, mais pela minha filha. Eu pensava: “Nossa, como vai ser dividir a Rafa? Como vai ficar a cabecinha dela?” Foi mais difícil por isso. Mas passou. Não gosto de viver o sofrimento. Sou muito alto-astral. Durante o processo de separação, não estava bem, mas chegava à Record, a câmera ligava e eu falava: “Vamos embora!” O trabalho me “segurou”. E foi o que me fez não pensar tanto. Foi um processo difícil, mas a dor passou rápido. E, graças a Deus, a Rafa reagiu bem.
Como contou para ela sobre o fim do casamento?
Eu estava com Roberto e falei: “Papai e mamãe não namoram mais, mas papai e mamãe são muito amigos!” Rafa é muito pequetitica, então não questionou, não disse nada…
Acha que, depois, ela sentiu a separação?
Para Rafa ficar bem, que é como ela está, a gente tem de se dar bem, independentemente de qualquer coisa. Quando Roberto está com ela, às vezes ele me chama para compartilhar, para jantar com eles. De vez em quando, ele vai em casa. Então, Rafa vê que a gente ainda tem uma relação. Aparentemente, pelo menos agora, ela está bem tranquila. Falando friamente, até acho que foi em uma idade boa. Se ela já tivesse uns 6 anos, talvez entendesse mais e questionasse.
Você foi pega de surpresa com o pedido de separação?
Não. A relação homem e mulher já não existia mais. Mas a gente sempre foi muito amigo. Um relacionamento de oito anos tem um desgaste natural. Claro que eu fiz de tudo para não me separar, porque eu não queria. Relacionamento tem altos e baixos e, às vezes, a gente tem de passar por cima de tudo. Mas separação nunca é de uma hora para a outra. Claro que é uma coisa que já vinha vindo…
Tem algum arrependimento?
Fui muito dedicada à relação nesses oito anos. Sou do tipo que pensa muito na pessoa, sempre quero agradar. Eu sei que, às vezes, a gente acredita que errou aqui ou ali. Eu não acho que errei. Saí desse casamento realmente com minha consciência tranquila. Dei o meu melhor e fui uma supermulher, uma supermãe.
Você estava separada, mas ainda morava com Justus quando ele assumiu a nova namorada. Como foi?
Fiquei muito triste. Mas eu já sabia que ele tinha uma namorada. Ele havia me avisado. Mas é claro que magoa. Fiquei chateada, mas é a vida. Hoje, graças a Deus, eu estou superbem e feliz.
Você está namorando?
Não estou namorando. Estou solteira. Para assumir um relacionamento hoje, com uma filha, tenho de ter cautela. Quando você não tem filhos é mais fácil, você fica, começa a namorar um cara e termina. Hoje, tem de ser uma coisa séria. Tenho de estar segura de que o cara que vou apresentar para minha filha, para minha família, será uma relação duradoura. Que eu possa acreditar nisso. E é tudo muito recente também. Estou separada há sete meses…
O que um homem precisa fazer para conquistá-la?
Tem de ter muito bom humor, porque sou bem-humorada. E entender meu trabalho. Hoje, eu tenho essa rotina louca. Chega um feriado, a pessoa vai querer viajar e não é sempre que eu posso, porque apresento um programa ao vivo. Então tem de me apoiar. E tem de amar a minha filha, isso é o mais importante. Eles têm de se dar bem!
Quer voltar a se casar?
Eu acredito em casamento, em família. Engraçado, quando me separei, eu dizia que queria casar e ter filhos “para ontem”. Queria refazer minha vida logo. Era uma coisa meio de supetão. Hoje sei que devo fazer tudo com mais cautela. Porque estou focada no trabalho e acho que tenho de ter este momento para mim. Comecei a pensar diferente. Mas não quero ficar sozinha nem solteira. Quero encontrar um grande amor. Não tenho trauma de casamento. Tenho várias amigas que estão casadas há anos e são muito felizes. Só acho que é preciso reciclar, nunca deixar o romantismo de lado. Eu sou romântica. Penso em construir uma nova família.
Gostaria de dar irmãos para Rafaella?
Rafa pede muito. “Mamãe, você está grávida? Mamãe, você tem irmãozinho na barriga?” Sempre (risos). Eu amei ficar grávida, amamentar, me dei superbem na gravidez. Então, no futuro, quero muito ser mãe novamente.
Como é sua rotina com Rafaella?
Eu a levo todos os dias para a escola. O motorista vai dirigindo e eu vou atrás brincando de boneca, vendo filminho ou lendo historinhas. Quando não tenho de chegar mais cedo à Record, busco também. Depois que ela dorme, às 20h, posso fazer minhas coisas. Posso ir para algum evento ou descansar. É o meu tempo livre. Mas minha relação com ela é muito mais forte hoje. Eu tenho Rafa só para mim. Roberto é um pai presente, mas ela está mais comigo. Eu também percebo que minha filha ficou mais carinhosa. Parece que quer cuidar de mim. Não sei se, no inconsciente, ela sentiu que, em alguns momentos, eu estava mais tristinha e vinha me dar beijos e abraços. Rafa é muito espiritualizada, ela percebe as coisas.
O que mudou em sua vida como uma mulher solteira?
Eu resgatei meus antigos amigos. Outro dia, encontrei alguns que não via havia um tempão, eles me chamaram para jantar. Já tinha jantado e fui mesmo assim. Estava lá e outro amigo ligou, me chamando para ir em um outro restaurante. Fui e fiquei até tarde. Quando que na vida eu faria isso?! Ir de um restaurante para o outro e ainda chegar tarde em casa! Essa liberdade é muito legal. Acho que voltei a ser adolescente (risos). Se me chamam para ir a festas, shows, boate, eu vou. É muito legal reencontrar as pessoas e ver que elas continuam divertidas, animadas. Mas é claro que eu sinto falta de ter uma pessoa. Eu queria ter alguém. Sinto falta de ter essa troca, de viajar junto. Gosto muito de rotina, de ter uma vida a dois. Roberto sempre falava que não gostava de rotina, mas eu sou o contrário. Adoro ter essa coisa de tomar café da manhã junto, ir ao cinema, ao teatro.
Então está mais baladeira?
Estou, mas isso me cansa (risos). Não é bem baladeira… Quando me mudei, eu me sentia mal em ficar sozinha em casa. A Rafa dormia e me dava um desespero… Então ligava para todas as minhas amigas para marcar alguma coisa. Eu saía para jantar, voltava e já ia dormir para não pensar. Mas foi uma fase que me trouxe amadurecimento. Hoje estou gostando mais de ficar em casa. Fico procurando coisas de decoração, arrumando o apartamento. Tenho um cantinho de leitura, pego um livro e começo a ler. Estou gostando mais de ficar comigo mesma e não precisando estar com alguém. No começo da separação foi muito difícil, porque eu queria ter sempre alguém comigo, eu ligava para todo mundo (risos).
ESTA MATÉRIA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 2000 DA CONTIGO!, NAS BANCAS EM 15/01/2014.
Fotos: Tomás Arthuzzi