Vanessa está feliz da vida com a personagem
Foto: TV Globo/Divulgação
O ditado popular diz que “a vida imita a arte”, mas, no caso de Vanessa Gerbelli, ele não se aplica. Pelo menos quando o assunto é o drama de sua personagem na novela Em Família. Se na ficção ela dá vida a uma mulher que sofre porque não teve um filho, na vida real, a atriz, de 40 anos, afirma que nunca foi obcecada pela ideia de ser mãe. Apesar disso, a paulista garante que o nascimento do filho, Tito, de 6 anos, trouxe um novo significado para a sua vida. “Eu me realizei por completo”, afirma, com um largo sorriso no rosto. A felicidade no campo afetivo se estende também ao trabalho. Após uma longa temporada na Record, a atriz retorna para a Rede Globo, emissora que a lançou em 2000. Para completar a boa fase profissional, ela volta a trabalhar em uma trama de Manoel Carlos, autor que lhe deu um de seus personagens mais marcantes na TV, a Fernanda de Mulheres Apaixonadas (2003).
Empolgada com o seu atual desafio na telinha, Gerbelli não poupa energia e dá o seu melhor em cena. “A Juliana é um papel cheio de contradições, então, para mim, é um desafio. Como atriz, sou movida por trabalhos desse tipo. Sou apaixonada pelo que faço”, explica Vanessa, que tem mais um motivo para sorrir à toa.
Embora não tenha falado sobre sua vida pessoal nesta entrevista, a atriz está namorando o ator Gabriel Falcão, o Ben de Malhação. O jovem, de 23 anos, confirmou o romance para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo. “Estamos, de fato, nos conhecendo melhor. Mas os dois são discretos. Não temos interesse em fazer estardalhaço”, contou.
Com pouco tempo de novela, já deu para perceber que a Juliana será capaz de tudo para ficar com a Bia (Bruna Faria), não é?
A Juliana é apaixonada por aquela criança e quer muito criá-la, educá-la. Ela sente no coração que é mãe da Bia. Aí é que está o desequilíbrio dela. A Juliana quer adotar aquela criança a qualquer custo, sendo que a menina tem pai e mãe. Ela fará tudo para realizar o sonho de ser mãe.
Não teve medo de ser rejeitada pelo Público?
Acho uma boa história. Ela pode ter um ato de vilania por passar por cima dessa família, já que acredita que pode criar a Bia melhor do qualquer outra pessoa. Ela tem um amor infinito por aquela criança e, claro, também condições financeiras para cuidar dela. Mas todas as atitudes da Juliana são embasadas no amor e nesse desejo profundo de ser mãe. Isso pode atrapalhar o julgamento do telespectador. Acho que o público ficará cada vez mais dividido.
A Juliana chegou até a deixar o marido para realizar o sonho de ser mãe…
O marido não compactua com o desejo dela. O Fernando (Leonardo Medeiros) não fazia questão de ter filhos, não era cúmplice dessa paixão que ela tinha por ter uma criança. E ela resolveu dar o jeito dela para realizar esse sonho. Por causa disso, eles se afastam. Ele é advogado e sabe que o que a mulher está fazendo não é certo.
Você ficou sete anos na Record. Como está sendo o retorno à Rede Globo?
Não podia ser melhor. Mulheres Apaixonadas (2003) foi uma novela muito importante profissionalmente para mim. Acho que voltar com esse papel, em uma novela do Manoel Carlos, é maravilhoso. A Juliana é uma personagem muito expressiva, importante… Ela trata de um assunto que merece ser discutido, não é um lugar comum. A Juliana é um papel cheio de contradições, então, para mim, é um desafio. Como atriz, sou movida por trabalhos desse tipo. Sou apaixonada pelo que faço. E o Maneco (como o autor é chamado carinhosamente) dá um material de estudo, pesquisa, de entrega, que é muito legal.
Vanessa e suas colegas de elenco
Foto: TV Globo/Divulgação
Você passou por algo parecido em relação à maternidade? Sempre teve vontade de ter filhos?
Não, não fui assim! Sempre fui muito focada na minha carreira. Não era aquela pessoa que, com 18 anos, pensava que teria dois filhos, passaria a vida com o mesmo marido e planejava tudo. Tinha amiga que era assim, mas o meu perfil era outro. Mas a verdade é que, depois que tive filho, percebi que foi a coisa mais importante que fiz em toda a minha vida (risos).
Mas o que de fato mudou depois que você se tornou mãe?
Olha, é muito engraçado pensar nisso… Ser mãe me fez desviar o foco de mim mesma, porque me tornei responsável por outra vida. Ao mesmo tempo, a maternidade me ajudou a encontrar o meu eixo e saber quem sou. É paradoxal. Parei de pensar em mim, de focar em mim, e ele passou a ser o meu centro. Acho que passei a atuar melhor em todas as áreas, tanto na afetiva quanto na profissional.
E você tem vontade de ter mais filhos?
Até penso na ideia de adotar, não descarto essa possibilidade. Gosto demais de criança e me apaixonei pela maternidade. Mas isso não é o foco nesse momento, embora goste da ideia de ter mais filhos.
Você interpretou a mãe da Bruna Marquezine, em Mulheres Apaixonadas, quando ela tinha apenas 7 anos. Como é reencontrá-la agora em cena?
É um barato contracenar novamente com ela. Sempre tive um carinho muito grande pela Bruna. E ela continua sendo uma pessoa muito especial. Estou feliz demais de reencontrá-la. É uma energia que me faz muito bem e espero que ela sinta o mesmo.
Vanessa era mãe de Bruna Marquezine em Mulheres Apaixonadas
Foto: TV Globo/Divulgação
Seu último trabalho na telinha foi Vidas em Jogo (2011), na Record. O que fez nesse período?
Fiz dois espetáculos. O Quase Normal, que ficou um bom tempo em cartaz e era muito desgastante. Interpretava uma bipolar e a peça era um musical, o mais premiado no Brasil. Foi um trabalho muito importante. Tenho muito orgulho de ter participado. Foi um período de muito trabalho. O fato de não estar no ar engana um pouco o público, que acredita que a gente está de férias.