“Hoje tenho 38 anos e não consigo ter relações sexuais com ninguém.
Quando eu tinha 12 anos, fui vítima de abuso. Eram garotos de 10 e 13 anos, filhos da manicure que minha mãe frequentava. Íamos sempre à casa da manicure e enquanto ela fazia a unha da minha mãe, eu brincava com os meninos.
Um dia, eles me levaram até o quarto e colocara um vídeo pornô que tinham numa fita VHS. Em seguida, tiraram minha roupa. Eu fiquei sem reação, não entendi o que estava acontecendo. Depois, essa história se espalhou pelo colégio em que eu estudava e eu sofri perseguições por três anos. Eram piadas insinuando que eu estava grávida e que a culpa era minha por isso ter acontecido.
Não consegui transar com ninguém na adolescência. Perdi a virgindade mais velha, só para me livrar desse estigma mesmo. Quando eu tinha 31 anos, sofri uma tentativa de estupro. Morei com uma pessoa, mas nos separados porque não conseguia ter relações sexuais com ele.
Do primeiro abuso só a minha mãe sabe. Mas ninguém sabe da tentativa de estupro. Não tenho coragem de falar porque sei que vou ser julgada e criticada, vão dizer que fui culpada. Prefiro ficar em silêncio até o fim da minha vida.”
A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.
*Nome trocado a pedido da personagem.
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