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O lado sombrio do “empoderamento feminino”

A relação dúbia entre mulheres empoderadas e o termo "mulheres empoderadas"

Por Liana Ferraz
Atualizado em 2 Maio 2025, 12h21 - Publicado em 21 abr 2025, 17h00
O "empoderamento feminino", quando esvaziado, pode trazer mais malefícios do que benefícios às mulheres.
O "empoderamento feminino", quando esvaziado, pode trazer mais malefícios do que benefícios às mulheres.  (Freepik/Freepik)
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Em algum momento da minha trajetória de mulher empoderada passei a detestar o termo mulher empoderada. Por favor, leia com atenção. Passei a detestar o termo e não o que ele significa ou deveria significar, portanto, você não está diante de uma nostalgia retrógrada clamando pelos bons e velhos tempos de mulher sem poder. O que pretendo aqui é discutir a captura mercadológica do que deveria ser uma conquista e a transformação num produto que (arrisco aqui, não tenho dados) provavelmente faz lucrar os mesmos de sempre.

Para existir um produto, é preciso que existam certezas. Vemos a porcentagem de eficácia estampada na embalagem com letras vermelhas em destaque. O produto não é talvez funcione. O produto não é às vezes funciona, às vezes não. O produto mata 99,9% dos insetos.

O empoderamento feminino não pode ser um produto. Escrevo direto e sem metáforas. E repito: o empoderamento feminino não pode ser um produto.

Quanto de eficácia pode vir na embalagem do empoderamento? Como se mede? Pelo carão que faço? Pelo dinheiro que ganho? Pelo quanto pareço feliz na rede social? Mas e se, numa solidão inevitável, eu me sentir inadequada, fraca, feia, insuficiente? Pra quem eu ligo? Pra quem eu reclamo? Eu preciso devolver meu selo de mulher empoderada?

Gosto de um poder de gente. Que oscila, balança entre poder chorar, poder sentir. Gosto do poder sentir livre mais do que do saber sentir certo. Eu preciso poder chorar e duvidar de mim e encontrar par na dor de ser sensível num mundo tão hostil. O empoderamento-produto permite isso? Ou será preciso secar as lágrimas e passar logo um batom vermelho e posar com algum rosto sexy e caro? 

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Pronto. Acho que encontrei: passei a detestar o termo mulher empoderada quando, para me sentir mais digna dele, comecei a esconder minha fragilidade não só de desconhecidos, mas das minhas pessoas mais íntimas e até de mim. 

Se esse poder é solidão, preciso recusá-lo e inventar novo empoderamento, novo amor próprio, nova autoestima. Nenhum deles conquistados por decreto ou slogan. 

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