Diane na capa da “Newsweek” (à esquerda) e em seu 1º anúncio (à direita)
Fotos: Reprodução DVF
Usando vestido de modelagem solta, sapato meia-pata de salto altíssimo com estampa felina e maxipulseira dourada, Diane von Fürstenberg foi a estrela de palestra realizada nesta quinta-feira (9), em um dos auditórios da FAAP – Fundação Alvares Penteado – em São Paulo.
Diane apostou seu discurso em sua carreira, que começou nos anos 1970 de uma forma inusitada. Aos 23 anos ela se casou com o príncipe alemão Egon von Fürstenberg e viu sua vida mudar. “Queria ser uma mulher independente, ter meu próprio dinheiro, mas tudo era mais difícil sendo casada com um príncipe”, lembra, relatando suas obrigações sociais e viagens.
Ao se mudar com o marido para os EUA, buscou o colega que trabalhava com moda Angelo Ferretti, a quem propôs levar sua marca para os EUA, onde montou um pequeno negócio, responsável por encomenda, distribuição e venda de vestidos. Foi no mesmo período que começou a desenhar seus próprios modelos, até chegar à sua grande criação – o famoso “wrap dress”, ou vestido-envelope, até hoje copiado pelo mercado de moda.
O sucesso veio rápido para esta criativa – aos 29 anos ela já estava na capa de semanais como a “Newsweek” (na imagem acima, à esquerda) e jornais como o “The Wall Street Journal”. Mas ela não esperava a dureza de uma realidade da demanda capitalista: quanto mais seu vestido-envelope se popularizou, mais se perdia o interesse por seu trabalho.
Os anos 1980 foram difíceis para a estilista, que teve de vender a sua marca e viu o fim do seu império fashion. “Mas eu não desisti, até me encontrar com Calvin Klein, que me propôs voltar a criar vestidos voltados à venda na televisão”. Diane confessa que, em um primeiro momento, não aprovou a ideia “achei tudo muito brega”, brinca.
Só que a brincadeira deu certo: em uma hora de televisão ela conseguiu vender nada menos do que US$ 1,3 milhão em mercadoria. Com seu negócio renovado, Diane percebeu que muitas garotas modernas se interessavam por seu antigo vestido-envelope, e resolveu reeditá-lo.
“Temos uma linha que se chama 1973 com esses vestidos. Estou sempre de olho no ‘vintage’, pois percebi que essa tendência é sempre muito buscada, em qualquer época”, conta. “Mas é claro que buscamos novidades e temos peças que seguem outras tendências mais atuais.”
Para Diane, uma prova de que o ‘vintage’ é um sucesso eterno é a primeira-dama Michelle Obama. Ela vestiu uma de suas criações para uma foto da primeira-família norte-americana que, coincidentemente ou não, tem exatamente a mesma estampa do vestido que ela usou para fotografar seu primeiro anúncio, que cunhou a famosa frase: “Feel like a woman, wear a dress” – algo como “Sinta-se uma mulher, use um vestido”, em tradução livre – veja acima, à direita.
Em meados de 2011, Diane von Fürstenberg lançou nos EUA seu primeiro perfume, chamado Diane, que ainda não está à venda no Brasil. “Mas venderei por aqui em breve, provavelmente em 2012”, antecipa.