Black Friday: assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Mãe acusa Zara de racismo e campanha contra discriminação viraliza

A mãe Cláudia Fernandes relatou para a influenciadora Bruna Bandeira que seu filho de 17 anos foi discriminado na loja da Zara no Shopping Ibirapuera.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 08h01 - Publicado em 29 out 2019, 15h51
 (@imagineedesenhe/Instagram)
Continua após publicidade

Nesta terça-feira (29), uma ilustração forte está começando a ganhar visibilidade no Instagram. Ela foi feita pela dona da página ‘Imagine e Desenhe’, Bruna Bandeira, e traz uma sequência de desenhos que relatam uma denúncia feita pela mãe Cláudia Benincasa Fernandes. Segundo ela, o filho de 17 anos foi vítima de racismo na loja da Zara do Shopping Ibirapuera. Os desenhos deram o pontapé inicial ao movimento: #TireORacismodaVitrine.

Cláudia procurou por Bruna na tentativa de contar o que havia acontecido com o filho em uma ida ao shopping da zona sul de São Paulo, e conseguir reforços para dar atenção ao caso. Segundo ela, o filho foi abordado enquanto provava roupas, sob a suspeita de que ele teria a intenção de roubar algo.

“Eu sempre te orientei: olha, quando o segurança te chamar porque vai te levar para tal canto, não, não saia de onde você está. Ele não saiu, ele foi para o corredor do shopping. E no corredor do shopping passou uma senhora falando: ‘Isso mesmo. Vocês têm que zelar pela segurança do nosso bairro’, como se o meu filho fosse ladrão. Passaram adolescentes, que estudavam nas duas escolas que ele estudou lá em Moema e ele morrendo de vergonha. Foram três mulheres da Zara: a gerente e duas vendedoras, que viram ele de cueca dentro do vestiário”, relatou Cláudia em uma sequência de áudios enviados para Bruna e colocados em um destaque no perfil da ilustradora.

View this post on Instagram

Hoje eu acordei disposta a finalizar as encomendas e trabalhar muito, mas recebi um relato que fez eu parar pra falar sobre, separei meus fósforos haha e queria dividir com vocês. Vou disponibilizar no destaque áudio e imagens (Relato) Oi, Bruna, td bem?! Estou te chamando pois sei da sua voz e força. Estou buscando todos os meios de divulgar cada vez mais oq ocorreu com meu filho na Zara do Shop Ibirapuera. Ele tem 17 anos e sofreu racismo, preconceito. Estamos brigando na justiça para que os responsáveis paguem e se retratem. Mas quanto mais conseguirmos divulgar, maior a pressão sobre a Zara, pois ela não está colaborando em nada com as investigações. Caso queira que eu explique melhor, só me chamar! Muito obrigada! 🙏🏽🦋 Vamos exigir RESPOSTA!!! E melhor LOJAS VERIFIQUE SE O RACISMO NÃO ESTÁ NA SUA VITRINE. E simmmmm 🔥 nos racistas e foda se 👊🏿❤️ #imagineedesenhe #tireoracismodavitrine #racismo #zara #lojas #aquinao

A post shared by IMAGINE E DESENHE (@imagineedesenhe) on

Continua após a publicidade

Junto com os áudios, Cláudia escreveu uma mensagem dizendo que já está com o processo judicial aberto contra a Zara, mas que a rede não está colaborando para a obtenção de informações sobre o caso. 

Há seis dias, Cláudia havia postado uma foto do filho, com um depoimento apontando a descriminação sofrida por ele e uma rápida reflexão sobre como pessoas negras são subestimadas – especialmente quanto à capacidade de compra. 

“O dinheiro pode camuflar até um certo ponto o racismo, mas ele existe e está escancarado para quem quiser enxergar. Acham que negro/pardo quando não tem condições para se vestir bem, não tem capacidade para ocupar um cargo de liderança, não tem como conquistar tal coisa. É isso que muitos acham, infelizmente! […] O que meu filho passou foi inescrupuloso. O afetou emocionalmente, socialmente. Ele foi discriminado e humilhando por funcionários da Zara e do Shopping Ibirapuera. Não devemos nos calar, não devemos deixar quieto. Chegaaaa”, escreveu Cláudia.

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

Racismo – Preconceito Não me venha com o mimimi de que só sofre com o racismo quem mora na periferia. Mentira! O dinheiro pode camuflar até um certo ponto o racismo, mas ele existe e está escancarado para quem quiser enxergar. Acham que negro /pardo não tem condições para se vestir bem, não tem capacidade para ocupar um cargo de liderança, não tem como conquistar tal coisa. É isso que muitos acham, infelizmente! Pessoas doentes acham! Não é possível que em pleno 2019 ainda tenhamos que vivenciar esse preconceito todo. Não é possível que num país como o Brasil, tão miscigenado que é, ainda exista espaço para o racismo, para algo tão sujo, tão retrógrado. Oque meu filho passou foi inescrupuloso. O afetou emocionalmente, socialmente. Ele foi discriminado e humilhado por funcionários da Zara e do Shopping Ibirapuera. Não devemos nos calar, não devemos deixar quieto! Muitos passam por isso, muitos sofrem com isso. Chegaaaa! Que a nossa voz ecoe! Chega de racismo!!! Chega de preconceito! @zarabrasil_ @shoppingibirapuera #racismo #racismonão #preconceito #igualdade #raça

A post shared by Claudia Benincasa Fernandes (@claubenincasa) on

No Instagram brasileiro da Zara, internautas estão usando a última publicação da marca para publicar a hashtag #tireoracismodavitrine nos comentários, em um movimento de defesa ao filho de Cláudia.

https://www.instagram.com/p/B29GReElMmK/

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.