Milan Fashion Week: Gucci, Versace e mais destaques da temporada
A semana de moda italiana de Primavera/Verão 2024 contou também com a estreia da brasileira Karoline Vitto
Como já citamos, este mês está recheado de Semanas de Moda. A temporada começou em Nova York, passou por Londres, e finalmente chegou a Milão. A Milan Fashion Week foi encerrada ontem (24), com destaque para a designer brasileira Karoline Vitto, que fez seu debut por lá com o apoio da Dolce & Gabbana. Além dela e outros jovens estilistas, as tradicionais grifes italianas, como Gucci, Prada e Versace, tomaram conta da cidade com suas coleções de Primavera/Verão 2024.
Destaques da Milan Fashion Week:
Dolce & Gabbana
Domenico Dolce e Stefano Gabbana apresentaram uma coleção chamada Woman, inspirada na construção da lingerie, com predominância de preto e branco. Com o foco na sensualidade, o desfile trouxe vestidos transparentes revelando lingeries de renda, variações de meias e peças que equilibravam a alfaiataria.
Em outras peças, há um balanço inteligente entre alfaiataria – principalmente com ombros largos e inspirados no corte de um paletó – e os tecido fluídos e sem estrutura, que se manifestaram em vestidos de bolinhas em camadas ou blusas volumosas de organza transparente. Os estilistas descreveram a coleção como uma nova imagem feminina de extrema sensualidade.
Gucci
O designer italiano Sabato De Sarno fez sua estreia no comando criativo da Gucci com a coleção Gucci Ancora, com silhuetas simples, cheias de diversão e estilo. “Ancora” em italiano significa “ainda” ou “agora”. No contexto da coleção de moda, “Ancora” foi usado com o significado de “agora, também, então”. O que reflete o desejo de De Sarno de trazer elementos de arquivo da casa para o presente (especialmente as icônicas bolsas Jackie e Bamboo) e criar a oportunidade de se apaixonar pela moda mais uma vez.
A coleção girou em grande parte em torno de variações de clássicos: coletes brancos, jeans, alfaiataria, tricôs e moletons cinza foram todos apresentados na coleção, estilizados de maneira descontraída e casual.
Versace
Donatella Versace fez seu retorno à Milão após ter apresentado uma coleção em Los Angeles na temporada anterior. O desfile foi realizado em uma passarela xadrez brilhante, cercada por cortinas suspensas do chão ao teto. A estampa apareceu em toda a coleção, que a designer chamou de ‘fresca e gráfica’.
A coleção evocou os anos 1960 com seus vestidos mini, cardigãs comportados, laços e bandanas nos cabelos, além de ternos amplos adornados com botões dourados da Versace. O contraste disso veio com vestidos estilo grego, esvoaçantes, um corte que a Versace faz como ninguém, abraçando a silhueta de uma forma fluída. Há um flerte com o que a Miu Miu tem feito, com um ar mais jovem e divertido, diferente do que vemos geralmente em Versace.
Ferragamo
Uma sensação de leveza e versatilidade permeou toda a coleção de Maximilian Davis para a Ferragamo, com roupas excepcionalmente elegantes. O designer trouxe uma fluidez que por vezes faltou em temporadas anteriores. Vestidos de jersey de viscose foram sobrepostos com corpetes de couro estruturado (uma referência às armaduras renascentistas), sobretudos amplos e a alfaiataria mais ajustada, tanto para homens quanto para mulheres, um contraste de rigor.
Elementos de artesanato também se destacaram, inspirados pelo movimento Arte Povera, da Itália, que busca elevar materiais simples para tornar o cotidiano mais sofisticado – como um vestido com um cinto que parecia ter sido feito com azulejos. Foi apresentada também uma ampla variedade de bolsas e sapatos.
Karoline Vitto
Karoline Vitto, a promissora estilista brasileira que reside em Londres, tem muito a ensinar ao mundo da moda. Ela faz parte de uma nova geração de estilistas mulheres que inclui Ester Manas e Hillary Taymour, da Collina Strada. Elas rejeitam as perspectivas limitadas que ainda moldam muitas passarelas, tornando-as unidimensionais. Mais uma vez, o elenco de Vitto provou que a beleza não se limita ao padrão de corpo magérrimo. Na Semana de Moda de Londres, no ano passado, o desfile da brasileira foi eleito o mais inclusivo.
Como disse em entrevista à CLAUDIA, a coleção, sua estreia em Milão, trouxe um uso diferente de metais e uma sensualidade pontual. Ela utilizou sobras da Dolce & Gabbana, incorporando pingentes dos designers italianos em suas criações. A abordagem criativa incluiu o uso de tricô para realçar as curvas do corpo, além de elementos opacos e transparentes em suas peças, predominando vestidos.
Após Milão, temos a Semana de Moda de Paris, que começa hoje (25) e vai até 3 de outubro, encerrando a temporada.