Sua marca tem 32 anos. O que mudou nela com o passar do tempo?
A moda vive em constante mudança. Por isso, acredito que o estilista deve estar ligado nos acontecimentos para entender melhor a sua cliente. As mulheres mudam, os hábitos e os desejos também, então, não dá para sempre fazer roupas para uma mesma mulher. Eu acompanho as rotações do tempo e tento trazer esse olhar para o meu produto, sempre respeitando aquilo que eu gosto e o que acho bonito.
Qual é o segredo para continuar, por tanto tempo, despertando o desejo das consumidoras pelas suas criações?
Eu acho que isso tem a ver com a minha personalidade. Eu pesquiso muito, viajo muito, observo muito as pessoas. Sou um observador nato e consigo traduzir o que acho belo para as minhas criações.
O que não pode faltar em suas coleções? Existe alguma peça que sempre tem espaço garantido nas araras da sua loja?
Para mim, nunca podem faltar bom senso e bom gosto. Mas, falando especificamente sobre a roupa, acredito que nunca podem faltar uma saia linda, um bom vestido, uma camiseta, que pode ser de seda ou algodão, e uma camisa especial. E nem sempre essas peças precisam ser clássicas. Podem ter aplicações, recortes, shapes inusitados. De qualquer modo, acho que elas devem sempre existir.
Você faz peças casuais, para serem usadas no dia a dia, e também tem uma linha de gala. De qual processo de criação você gosta mais?
Não digo que tenho preferência por nenhuma das duas linhas porque o meu processo de criação é bastante orgânico. As peças vão surgindo na minha cabeça e eu vou selecionando o que acho importante existir nas coleções. Em relação à festa, gosto de fazer algo diferenciado, que saia do senso comum. Não tenho a menor intenção de criar uma imagem de princesa, com bordados e rendas, e acredito que fazer algo inusitado em roupas de festa é perigoso e ousado. Por isso, vou para um lado incomum, mas com bom senso. Gosto de inovar nos recortes, nos tecidos e até na atitude, mas sempre com elegância.