Eles têm sentimentos primários, como alegria, medo e raiva, mas não sentem culpa, vergonha ou inveja
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Saber o que passa pela cabeça de um cachorro quando ele não para de latir ou abana freneticamente o rabo é missão impossível para a maioria. Não para o americano Stanley Coren, doutor em psicologia e estudioso do comportamento canino há 50 anos. Autor de livros como A Inteligência dos Cães (Ediouro), traduzido para 26 idiomas, e Os Cães Sonham? (Paralela), recém-lançado no Brasil, o expert lista cinco dicas para entender melhor seu pet.
Os cachorros sentem o mundo quase como nós
“Recentemente, descobriu-se que o cérebro dos cães, em termos de habilidades, é muito parecido com o de uma criança de 2 ou 3 anos. Eles têm sentimentos primários, como alegria, medo e raiva, mas não são capazes de realizar processos cognitivos mais complexos. Assim, estão longe de sentir emoções como culpa, vergonha e inveja.”
Eles “falam” conosco…
“Os sons de baixa frequência, como o rosnar, indicam agressividade diante de ameaça, enquanto os de alta frequência costumam significar o contrário. Por exemplo, dois latidos rápidos e agudos são a forma de o cão dizer olá. Já um conjunto de dois ou três latidos, seguido de silêncio e da repetição da sequência, é uma comunicação conhecida como chamar a matilha. Ele quer avisar o restante do grupo e seu líder – no caso, você – de que encontrou algo. A melhor resposta é ir ver o que seu amigo de quatro patas quer lhe mostrar. Isso dá ao animal a sensação de missão cumprida e, normalmente, ele para de latir.”}
…E entendem o que dizemos
“Se falar com seu cão como faz com as crianças, usando sempre os mesmos comandos, ele será capaz de aprender cerca de 165 palavras. Por exemplo, se disser suba a escada toda vez que se aproximar de uma, o bicho acabará estabelecendo a associação entre aquela frase e a ação solicitada.”
Ainda sabem ler gestos
“Mestres na linguagem corporal, os cachorros podem ler nosso estado emocional pelo jeito como nos movemos e chegam a antecipar nossos comportamentos. Por causa dessa habilidade, muita gente acha que os pets têm dons sobrenaturais.”
Nem sempre um rabo abanando é sinal de felicidade
“Uma cauda sacudindo ligeiro, com pequenos balanços, pode significar apenas olá. Se o abano for lento, com o rabo a meio mastro, o cão está inseguro e hesitante naquela situação. Já movimentos em alta velocidade e de curtíssimo alcance são sinal de que ele está se sentindo ameaçado e prestes a reagir, correndo ou brigando.”