1. Almoçar na KaDeWe
O lado glamouroso de Berlim se mostra por inteiro no sexto andar da loja de departamentos mais famosa da cidade. Paraíso dos gourmets, o espaço reúne quiosques com o que de melhor se produz em comida no mundo: caviar russo, doces franceses de grife, salsichas alemãs de todos os tipos, tamanhos e cores, ostras, verduras, legumes… Luzes estrategicamente colocadas fazem os tomates faiscarem, e o piso ladrilhado, preto e branco, reforça o requinte geral. Em meio a esse cenário, um almoço num dos muitos balcões ou mesinhas do lugar se transforma numa experiência única. Chefs paramentados, cada qual no seu espaço, preparam na hora pratos com ingredientes expostos nas vitrines, de peixes a massas, que você pede (ou aponta!) para eles.
2. Tomar um café no Reinhards im Kempinski
Embora seja em Berlim Oriental que as coisas aconteçam hoje, o lado Ocidental é o mais chique, com uma avenida suntuosa, a Kurfürstendamm. Na KuDamm, como é apelidada, fica o Reinhards, um café com mesinhas na calçada, perfeito para observar o (lento) vaivém do pedaço. Mães caminham ao lado de filhos de patinete, jovens com roupas transadas entram nas lojas e saem delas em passo desacelerado, estudantes cruzam a avenida de bicicleta sem ter que se desviar de carros ensandecidos.
3. Fazer compras na Savigny Platz
Uma das praças mais charmosas de Berlim, ela vale a visita por si. Mas tem ainda várias lojas bacanas, como a Ananda, de roupas e acessórios étnicos, e a Taiyo (foto), com luminárias do mestre japonês Noguchi. Você pode fazer da Savigny o ponto de partida para as compras nos arredores. Ali do lado está a Kurfürstendamm, a avenida que equivale à Champs Elysées, em Paris, com todas as grifes do mundo, de Louis Vuitton a Bulgari, e magazines com preços mais acessíveis, como Zara e H&M. Na continuação da Kurfürstendamm, fica a famosa KaDeWe, para quem prefere comprar num só lugar grifes de beleza e moda.
No verão, reserve tempo para esticar as pernas no Tiergarten. Foto: Getty Images
4. Visitar o museu do Check Point Charlie
A coleção de lembranças do Muro de Berlim reunida num prédio do lado do Check Point Charlie (o mais famoso ponto de passagem entre Berlim Ocidental e Oriental, o único onde estrangeiros podiam cruzar a barreira) não tem nem de longe a relevância dos grandes museus berlinenses. Mas quem entra pelas portas do pequeno Haus am Check Point Charlie, um museu particular, entende plenamente o que significava a luta pela liberdade nos tempos da Guerra Fria. Muitas das fugas – bem ou malsucedidas – de Berlim Oriental estão documentadas ali, com fotos, narrativas e exposição de peças utilizadas nas escapadas (verdadeiras geringonças, que, milagrosamente, às vezes funcionavam).
5. Ver a vista da cidade no alto do Reichstag
Fora do verão, não há praticamente filas em Berlim. A exceção é no Reichstag, sede do Parlamento alemão, onde se aguarda cerca de meia hora para subir até a cúpula de vidro. Mas a visita vale cada minuto da espera. O prédio, do século 19, com alas incendiadas pelos nazistas e bombardeadas na Segunda Guerra Mundial, ganhou em 1999 um domo de vidro assinado por um dos maiores nomes da arquitetura inglesa, sir Norman Forrest. Gloriosa, a construção, assim como a vista, é de tirar o fôlego.
6. Caminhar pelo Tiergarten
Na primavera, o entusiasmo dos alemães por seu parque é tão grande que não raro, ao passar por ali, eles tentam mostrar a turistas (com gestos, quando não falam outra língua) os rododendros florindo numa aleia qualquer. Uma antiga reserva de caça com 167 mil metros quadrados, no centro da cidade, ele tem áreas simplesmente deslumbrantes. Num sábado ou domingo, vá ao mercado das pulgas, o Trödel Markt, que anima o lado oeste do parque. Com barraquinhas de peças antigas e roupas novas e usadas, é uma festa só. Se descer na estação de metrô Tiergarten, vai dar de frente às tendas. Uma opção de feira no mesmo estilo é a Flohmarkt do Mauerpark, aos domingos, no bairro do Mitte.
7. Tomar uma cerveja na Hackescher Markt
Com o Mitte, o Prenzlauer Berg é o bairro do momento em Berlim. Para se deixar levar pela vibração dos artistas e estudantes que circulam por ali, um ponto estratégico é a Hackescher Markt, área conhecida por abrigar a estação de metrô do mesmo nome, uma das mais bonitas de Berlim, do fim do século 19. Na praça em frente à estação (ou nos arredores), tome uma cerveja e curta as performances de músicos, malabaristas ou “ciganos” de butique fazendo bolhas de sabão gigantes. A poucos passos fica o Hackesche Höfe, um conjunto imperdível de nove prédios do começo do século 20, com pátios interconectados cheios de galerias de arte e lojas. Ali perto estão três ruas ótimas para quem gosta de bater pernas e olhar vitrines com moda mais alternativa: Oranienburgerstrasse, Kolwitzstrasse e Sredzkistrasse. No cruzamento destas últimas duas, quatro cafés são uma opção para a cerveja do Hackescher Markt. Como a maioria dos bares de Berlim, eles têm cobertores sobre as cadeiras para não deixar que o frio atrapalhe sua pausa no passeio.
Em Berlim, vá de bicileta. A cidade é plana e o ciclismo, seguro. Foto: Getty Images
8. Conhecer o Sony Center
O conjunto arquitetônico construído pela Sony entre 1996 e 2000 para sediar seus escritórios, um teatro, cinemas, cafés e restaurantes representa a Berlim futurista como nenhum outro. São oito prédios que rodeiam uma praça com lago e teto em formato de tenda, de vidro e aço. Sente num café sob a tenda, observe as estruturas impressionantes e veja também o Kaisersaal, o restaurante que restou do luxuosíssimo Hotel Esplanade, que fervilhava nos anos 1920. Depois de bombardeios da Segunda Guerra Mundial, só ele, entre as dependências do hotel, ficou de pé – e foi transferido, sobre um colchão de ar, para o ponto onde se encontra, metros adiante do antigo.
9. Beliscar no Mercado Turco
No barulhento, confuso e vibrante Mercado Turco, na rua Maybachufer, em Kreuzberg, todas as terças e sextas entre meio-dia e 18 horas, mulheres vestidas com xador misturam-se a jovens alemães de jeans e camiseta em torno de bancas de frutas, vegetais e comidas típicas, como queijo feta, pistache e semente de abóbora. Kreuzberg, o bairro dos imigrantes da Turquia em Berlim, tornou-se reduto também da juventude local que procura uma vida mais barata. Junte-se a eles e experimente de tudo um pouco – inclusive crepes e espigas de milho que derretem na boca.
10. Jantar tropical no Florian
Pequeno, escondido numa ruazinha que sai de uma praça elegante, a Savigny Platz, o Florian é ainda um segredo para muitos turistas – o que faz dele um ótimo point para quem quer um pouco de cor local. Animado, com gente bonita e descolada, garçons espirituosos e um certo informalismo no ar, o restaurante prova que Berlim também tem uma porção tropical. Mais importante: a comida, internacional, é boa. Se for primavera, peça os onipresentes aspargos, enormes, fresquinhos, divinos. Para acompanhar, salsichão de vitela.