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Conheça Tess Asplund, a mulher negra que enfrentou 300 neonazistas

De punho cerrado e peito aberto, a ativista de 42 anos foi de encontro à manifestação organizada pelo Movimento de Resistência Nórdica (NRM), que seguia por uma das principais vias do município sueco Borlänge.

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 10h06 - Publicado em 6 Maio 2016, 14h12
David Lagerlöf/Expo
David Lagerlöf/Expo (/)
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O registro emblemático do momento em que Tess Asplund, uma ativista negra de 42 anos, enfrentou bravamente a marcha organizada pelo Movimento de Resistência Nórdica (NRM), conhecido pelos seus ideias neonazistas, na cidade sueca de Borlänge, tomou conta das redes sociais desde o último domingo, 1º de maio, Dia Mundial do Trabalhador, data do ocorrido.

De punho cerrado e peito aberto, Tess foi de encontro à manifestação que seguia por uma das principais vias do município. O punho erguido é um símbolo que denota a força e a resistência da população negra contra políticas e atitudes discriminatórias e racistas. Líderes revolucionários do século XX como Martin Luther King, Malcom X, Angela Davis costumavam fazer o gesto para encorajar aqueles que estavam presentes em seus discursos. 

O sinal ficou mundialmente conhecido após Tommie Smith e John Carlos, dois atletas afrodescentendes e medalhistas americanos, erguerem os punhos fechados enluvados no pódio enquanto eram premiados por vencerem a modalidade de 200 metros rasos naquela cerimônia olímpica, ocorrida na cidade do México, no ano de 1968. Ambos eram integrantes do movimento social Panteras Negras, criado na na década de 60 como uma organização política revolucionária ligada à luta por direitos dos negros. Pela sua manifestação claramente política, os dois foram banidos dos Jogos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).

Getty Images
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Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a militante explicou os motivos que a fizeram enfrentar o protesto: “Foi um impulso. Estava tão irritada que fui para a frente da marcha sozinha”, e completou: “Só pensava: nem pensar, eles não podem marchar aqui. Nenhum nazi vai marchar aqui, isso não está correto”.

Tess também afirmou que algumas pessoas próximas já sofreram ações violentas do grupo e foram forçadas a mudar de casa por questões de segurança, inclusive ela mesma tem recebido ligações anônimas de madrugada, com gritos e ameaças: “É muito difícil falar sobre o ódio. Sinto vergonha por termos este problema. As autoridades dizem que este é um país democrático. Mas como pode ser com a presença de neonazistas? É horrível”, desabafou ela. 

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A escritora J.K.Rowling, globalmente conhecida por assinar a saga Harry Potter, foi uma das celebridades que demonstrou apoio postando em sua conta no Twitter o registro do enfrentamento da militante, seguido da frase: “Olhem para o que esta mulher fez. Tess Asplund é magnífica.”

 

 

A imagem é de autoria de David Lagerlöf, que trabalha na publicação anti-racista sueca Expo. Assista ao vídeo em inglês que conta com mais informações sobre a coragem e a bravura de Tess:

 

 

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