Uma violação de túmulo em Gravataí, no Rio Grande do Sul, está sendo investigada pela 1ª Delegacia de Polícia Civil do município. O corpo de uma mulher de 49 anos que estava na sepultura foi retirado e encontrado seminu em uma área próxima na segunda-feira (11). Há suspeitas de abuso sexual.
“Retiraram o corpo, levaram a uma área verde que pertence à prefeitura e, pelos sinais, há indicativo de que possa ter sofrido algum ato com conotação sexual”, informou o delegado Márcio Zachello ao G1. “Vamos pedir ao IGP (Instituto Geral de Perícias) para complementar os indicativos iniciais.”
Segundo Jaqueline Veras, irmã da vítima, a mulher faleceu no sábado, por volta das 11h40 da manhã, após ser levada ao hospital Dom João Becker com insuficiência respiratória. Ela sofria com Síndrome de Raynaud e esclerose sistêmica e respirava apenas com 40% da capacidade de um pulmão.
Seu enterro foi realizado no domingo, às 11h, no cemitério do Rincão da Madalena. “A gente achou um pouco estranho porque o caixão ficou acima da terra. Colocaram pouca terra, bem ralinho”, contou Jaqueline.
Na segunda, ela acordou com a ligação de uma cunhada, que lhe pedia que fosse ao cemitério, pois recebera um telefonema anônimo afirmando que a falecida não estaria no túmulo onde havia sido enterrada.
“Fomos todos correndo para o cemitério. Perguntei se sabiam de alguma coisa, e o guarda disse que não. Saí do carro e, em vez de ir na lápide dela, fui em outra, errada. Pensei: ‘Mentira, ninguém mexeu’. Mas meu irmão disse que era outro [túmulo] e, quando cheguei, o corpo não estava dentro do caixão. Estava tudo quebrado”.
Na companhia do marido, dois irmãos e dois sobrinhos, Jaqueline notou um rastro de terra e seguiram em direção a uma clareira. “Quem sabe teria saído, sobrevivido. Na hora, foi uma coisa apavorante. Umas quatro quadras de lápides depois, tinha uma roupa pendurada, e lembrei que era a saia que tinha colocado nela. Fui um pouco [adiante] e vi o corpo dela.”

A mulher estava despida da cintura para baixo, com as pernas abertas e as mãos cruzadas sobre o peito, em um estado que Jaqueline classifica como “lastimável”. Ela acredita não ser um caso de furto, pois não havia nenhum pertence enterrado com a irmã. “Foi violação e abuso”, declarou.
De acordo com o delegado, ainda não existem suspeitos, mas que, quando localizado, o autor do crime responderá por vilipêndio de cadáver, cuja pena varia entre um e três anos de prisão.
Já a Prefeitura comunicou que a vigilância do cemitério é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, que já foi notificada para dar explicações sobre o ocorrido.
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