A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, é alvo de uma investigação preliminar para apurar sua participação no movimento que tentou impedir o aborto em uma menina de 10 anos, estuprada pelo tio no Espírito Santo.
O procedimento foi realizado em agosto deste ano, em Recife e a suposta ação da ministra para impedir o acesso da criança ao aborto foi tema de reportagem do jornal Folha de São Paulo. Segundo a apuração do jornal, Damares teria enviado aliados e representantes do ministério ao Espírito Santo para pressionar a equipe encarregada do aborto.
Dados da criança, na época, foram divulgados e a reportagem aponta assessores da ministra como os responsáveis. Ainda segundo o jornal, a ministra tinha a intenção de transferir a menina para um hospital em Jacareí(SP) para que o parto fosse realizado, mesmo com o risco ao bebê e à criança.
A investigação está sendo feita pela Procuradoria-Geral da República e, se forem encontrados indícios suficientes da participação de Damares, será aberto um inquérito contra a ministra.
O ministério em nota enviada ao G1 informou que “enxerga a situação com total tranquilidade, tratou sua atuação nessa ação com absoluta transparência e lisura, com absoluto respeito aos princípios da Administração Pública. Esclarecemos, ainda, que a própria ministra Damares Alves solicitou investigação do caso à PF”.