Na noite dessa sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pronunciamento declarando uma ofensiva à Síria com apoio da França e do Reino Unido. Enquanto o pronunciamento era transmitido, em torno das 22 horas (horário de Brasília), começaram os ataques sobre Damasco, a capital do país. Segundo Trump, foi uma retaliação ao ataque químico que ocorreu na cidade de Duma no último dia 7. O governo sírio, presidido por Bashar Hafez al-Assad desde 2000, nega que esse ataque, proibido pelas convenções da ONU, tenha acontecido.
O Pentágono, sede do Departamento de Defesa americano, afirmou que os alvos eram todos relacionados às armas químicas. Um centro de produção de armas, um armazém e uma base que também guardava esse tipo de armamento. O regime de Assad teria usado essas armas para conquistar a região de Duma, um dos últimos redutos controlados pelos grupos de rebeldes.
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A TV estatal síria afirma que, até agora, há três civis feridos em decorrência dos ataques. A Síria reagiu bombardeando o subúrbio de Damasco com 13 mísseis.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que a ofensiva é pontual e não representa uma intervenção na guerra civil que assola o país desde 2011. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a Síria passou do limite com ataque químico.
Em seu discurso, Trump ainda mencionou diretamente a Rússia, aliada do regime de Assad. “Nenhuma nação pode ser bem-sucedida em longo prazo promovendo estados desonestos, tiranos brutais e ditadores assassinos. A Rússia precisa decidir se irá continuar nesse caminho sombrio ou se irá se unir aos países civilizados como uma força de estabilidade e paz”, acrescentou.
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Após a ofensiva, a Embaixada da Rússia nos Estados Unidos divulgou comunicado em que afirma que “as ações não serão deixadas sem consequência“. “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os Estados Unidos possuem o maior arsenal do mundo em armas químicas e não têm o direito moral de culpar outros países”, diz a nota. Essa semana, o embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, já havia falado que uma guerra não estava descartada.
Os Estados Unidos participaram de ação semelhante no ano passado, quando acusaram Assad de ter realizado outro ataque químico.