Estudantes de medicina são investigados por apologia ao estupro
Grupo posou para foto com as calças arreadas fazendo sinal em referência ao órgão sexual feminino
Uma foto de estudantes do último ano de medicina da Universidade de Vila Velha (UVV) causou polêmica nas redes sociais na segunda-feira (10). O grupo aparece de jaleco, com as calças abaixadas e fazendo um símbolo de referência à vagina com as mãos. Mulheres e profissionais da área ficaram ultrajados ao verem futuros profissionais da saúde agindo de tal maneira, o que consideraram como sendo apologia ao estupro.
Muitas mulheres, inclusive, compartilharam casos de abuso sexual cometido por médicos – reforçando a gravidade do comportamento dos alunos de Vila Velha. A escritora Elika Takimoto foi uma delas. Ela conta que, ainda na infância, um oftalmologista apagou as luzes do consultório e colocou o pênis para fora, forçando-a a colocar suas mãos nele. “E quando afirmamos que todo homem é um estuprador em potencial porque não sabemos de onde pode vir o ataque somos criticadas por generalizar. Entendam: não é sobre você. É sobre como nos sentimos ameaçadas e sem saber quando e em quem confiar até mesmo nos locais que deveriam ser nosso porto seguro, como um consultório em que vamos procurando cuidados”, escreveu em seu blog.
O caso chegou às mãos do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) e logo o Conselho Regional de Medicina (CRM) foi acionado para que as devidas providências fossem tomadas em relação ao grupo de rapazes. Segundo VEJA, a instituição é privada e abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias em que as fotos foram tiradas. Caso seja confirmado que o código de ética da universidade foi quebrado, o procedimento pode resultar em advertência, suspensão ou afastamento dos alunos.
Apesar da gravidade do assunto e dos riscos que os rapazes de Vila Velha estão correndo, nesta terça-feira (11), um grupo de Blumenau (SC) achou graça e decidiu repetir a atitude.