A pastora e deputada federal Flordelis (PSD-RJ) teria ofertado sexualmente uma de suas próprias filhas afetivas para um grupo de pastores estrangeiros que a visitava. A acusação, obtida pelo Fantástico, faz parte de um depoimento coletado nas investigações do assassinato do pastor Anderson do Carmo, do qual Flordelis é suspeita de ter sido mandante.
Uma testemunha se lembra que “em determinada época (os familiares) receberam a visita de pastores pentecostais estrangeiros. (…) O declarante lembra que, como forma de recepção para os tais pastores, (uma das filhas) foi oferecida sexualmente para os mesmos”. Também foram relatadas encontros em casas de swing e a permissão de Flordelis para que Anderson tivesse relações sexuais com uma das filhas afetivas, que, apesar de não gostar da situação, obedecia à mãe. Uma “completa dissociação entre a imagem construída e as práticas do grupo familiar”, diz a denúncia.
Anderson controlava as finanças do ministério evangélico criado pela deputada, o que, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), motivou a pastora a planejar seu assassinato. As primeiras tentativas datam de meados de 2018, quando ela teria colocado arsênico na comida do marido. No dia 16 de junho de 2019, Anderson foi alvejado por diversos tiros na garagem de casa, no que inicialmente, suspeitou-se ser uma tentativa de assalto. Contudo, o avançar das investigações mostrou que diversas pessoas da família estavam por trás do crime.
Até o momento, 11 pessoas, incluindo Flordelis, foram denunciadas pelo MPRJ e nove foram presas. Por ter imunidade parlamentar, a pastora segue em liberdade, mas responderá pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Além disso, responderá por tentativa de homicídio pelo fato de ter envenenado Anderson.