No dia 13 de março de 2020, a técnica de emergência médica Breonna Taylor foi assassinada por agentes policiais do Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville (LMPD), nos Estados Unidos. Aos 26 anos, a profissional da área da saúde foi alvejada oito vezes quando três policiais entraram em sua casa. O crime gerou uma série de protestos, em que sete pessoas chegaram a ser baleadas, o que pressionou as autoridades da cidade a pagar uma indenização à família de Breonna de 12 milhões de dólares. Outra medida anunciada pelo governo é a instauração de reformas para enfrentamento da violência policial.
Por meio de Tamika Palmer, mãe da jovem negra, uma ação judicial foi movida contra o Estado, que é acusado por homicídio culposo. Tanto o valor quantos as reformas legislativas decididas no acordo, como o tempo para o desfecho das investigações, foram na contramão de outros casos de racismo e violência policial.
O pedido por justiça no caso de Breonna foi entoado na Convenção Nacional Democrata pela ex-primeira-dama e advogada, Michelle Obama, e a candidata à vice-presidência Kamala Harris, no mês passado. Celebridades também se manifestaram, como Oprah Winfrey que comprou dezenas de outdoors cobrando investigações, atletas da WNBA (Associação Nacional de Basquete Feminino), usando o nome da vítima em camisetas durante partidas oficiais, o piloto Lewis Hamilton no Grande Prêmio da Toscana, vestindo uma camiseta com a frase “prendam os policiais que mataram Breonna Taylor” e a tenista Naomi Osaka, que estampou o nome de Breonna em uma máscara facial.
Uma demanda dos manifestantes que ainda está longe de ser adotada é a prisão dos três policiais, já que o estatuto de Kentucky permite que a polícia use força letal em legítima defesa. O fato de que o ex-namorado da vítima, Kenneth Walker, atirou contra os agentes – por achar que tratava-se de um ataque ao apartamento – tem um peso grande no processo judicial. Os resultados da investigação do procurador geral devem ser divulgados em breve.
Reformas
Antes da divulgação das reformas definidas no acordo, o governo aprovou a Lei de Breonna, que proíbe o uso de mandados de busca “sem batida”, como o que levou a policia a socar a porta da casa da jovem negra. Entre as últimas mudanças anunciadas, o mandado de busca segue em destaque, já que uma das reformas obriga que oficiais de comando revisem e aprovem por escrito todos os pedidos de busca.
Além disso, um sistema de alerta será adotado para agentes com histórico de chamadas disciplinares, como a trajetória problemática de Brett Hankison, um dos três policiais envolvidos no tiroteio e o único que foi demitido. Hankison colecionava reclamações de uso excessivo de força, bem como de abuso sexual, conforme apuração do New York Times.
Pensando no vínculo entre os policiais e a comunidade, outra reforma fará com que agentes sejam incentivados e a prestar duas horas de serviço comunitário remunerado por semana. Eles também devem receber créditos habitacionais para facilitar a compra de imóveis nos bairros em que trabalham.
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