Aos 24 anos, a designer de interiores e vendedora Kathlen de Oliveira Romeu foi morta após ser alvejada nesta terça-feira (8) na comunidade Lins do Vasconcelos, no Rio de Janeiro.
De acordo com informações da secretaria municipal de Saúde do Rio para o jornal O Globo, a moradora, que estava grávida de seu primeiro filho, foi levada para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas já chegou sem vida ao local.
A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) registrou que uma mulher foi encontrada por agentes da polícia baleada. “Testemunhas serão ouvidas e diligências realizadas para esclarecer todos os fatos e identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima”, disse a Polícia Civil por meio de uma nota sobre a investigação, que é conduzida pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Além de Kathlen, nesta semana, pelo menos, mais duas mulheres negras morreram na mesma condição: ação policial. Maria Célia, 70 anos, e Viviane Soares, 40 anos, foram alvejadas em Salvador. Para a imprensa, nesta quarta-feira (9), Jaqueline de Oliveira Lopes, mãe de Kathlen, alertou para a desculpa dada pelo Estado para o genocídio da população negra.
“Essa historinha que é contada ha anos que a polícia foi recebida a tiro, quem foi recebida a tiro foi a minha filha! Se fosse bandido eu também falaria, eu não passo pano pra ninguém não! Parem de matar a gente!”, desabafou a mãe da designer de interiores.
Em sua 14ª semana de gestação, a jovem compartilhou em suas redes sociais a descoberta da gravidez. “Estou me descobrindo como mãe e fico assustada pensando como vai ser… Dou risada, choro e tenho medo. Um misto de sentimentos. Talvez os mais doidos do mundo, mas vou dar risada lá na frente disso tudo. Obrigada Senhor por abençoar meu ventre e me permitir gerar o amor da minha vida”, disse Kathlen.
No perfil da designer, amigos deixam mensagens sobre a perda da jovem. “Estou sem chão”, disse uma pessoa. A última publicação dela é uma foto segurando a barriga com a legenda: “Bom dia, neném”.