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Márcia de Luca propõe um momento de reflexão e resgate da celebração em família

Nossa colunista fala sobre a correria do dia a dia durante todo o ano que nos impede de pensar nos nossos parentes queridos e familiares, e aposta nesse período para um momento de reflexão.

Por Marcia de Luca
Atualizado em 28 out 2016, 04h48 - Publicado em 9 dez 2014, 13h00
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Sempre falo aqui na coluna que temos um padrão de comportamento de rebanho e vou começar mais uma vez por aí. Fazemos o que todo mundo faz, reproduzindo as mesmas ações dia após dia, ano após ano. As pessoas agem assim só porque estão acostumadas a correr atrás do próprio rabo, como cachorrinhos ensandecidos, e nem percebem seus erros cotidianos. Gosto de repetir esse alerta porque, como diz o ditado, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Ou seja, um dia chegaremos lá. Mas, para tanto, precisamos tomar consciência das nossas atitudes equivocadas e abrir espaço para inaugurar novos hábitos.

Minha proposta agora é analisarmos o que acontece normalmente no período de fim de ano. De repente, é hora de confraternização geral e temos de reunir a família para celebrar. Então, corremos para comprar presentes, corremos para providenciar a ceia de Natal, corremos para garantir os últimos preparativos, corremos para pôr tudo em dia antes de viajar… E, no meio da correria, percebemos o grande valor da família. Afinal, ela é o alvo principal do período de festas, seguida dos amigos. Mas por que às vezes só nos damos conta da importância das pessoas queridas nesta época do ano?

Porque estamos viciadas em viver no piloto automático, correndo atrás de sucesso, fama, dinheiro, posição… Queremos mais e mais coisas materiais e nos empenhamos em consegui-las. Mas vivemos num stress sem fim e nos distanciamos do que realmente importa. É isso que podemos chamar de autoboicote!

Os seres humanos estão atrelados ao mundo físico, de formas e matéria, mas ele é instável e impermanente. Pior: não nos traz a verdadeira felicidade, só momentos fugazes de prazer. Diferentes pesquisas comprovam que os povos mais longevos são os que vivem, de fato, em família. São aqueles que mantêm um relacionamento diário com os seus e aprofundam esse elo com o passar do tempo.

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Ok, outro ditado diz que, se conselho fosse bom, a gente vendia, e não dava. Mesmo assim, gostaria de dar uma sugestão (só não vou chamar de conselho!): que tal aproveitarmos as festas para refletir sobre esse assunto e, então, dirigir nossa intenção para resgatar os pequenos rituais com a família e os amigos? E vamos praticar a tolerância, a fraternidade e o respeito ao próximo ao longo do ano inteiro com todas as pessoas de nosso convívio. Podemos até descobrir maneiras inusitadas de trazer esses valores para nosso dia a dia, criando situações especiais para aqueles de quem gostamos, dando pequenas e cotidianas demonstrações de carinho.

Você já pensou como o mundo seria melhor se todos nós agíssemos assim, e sempre? Cada um pode começar mudando o próprio comportamento. Quando agimos de forma gentil com os outros, criamos um círculo virtuoso ao nosso redor e passamos a receber o troco na mesma moeda.

Se um número considerável de pessoas mudarem, uma corrente do bem se formará – e ela é tão poderosa que transforma não somente a energia do nosso mundinho mas também da nossa cidade, do nosso país e até do nosso planeta. Lembra que a união faz a força? Pois é! Garanto que não temos escapatória: é mudar ou… mudar! Não podemos perder a chance. E, cá entre nós, existe algo mais importante na vida do que a família e os queridos amigos? Quem quer ser mais feliz deve pensar seriamente nisso. Desejo a todas as leitoras um 2015 abençoado pela força do amor. Mas que fique bem claro: durante o ano inteiro!

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