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Mulher descobre aos 46 anos que seu pai é, na verdade, seu sequestrador

Simone Lopes Garcia investiga, por conta própria, sua história e sonha em abraçar a mãe verdadeira

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 11h54 - Publicado em 6 nov 2019, 13h20
 (Oliveira Alves/TV Gazeta/Reprodução)
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Simone Lopes Garcia vive uma história digna de novela. Aliás, não muito distante de A Senhora do Destino. Aos 46 anos, descobriu recentemente que o homem que ela acreditava ser seu pai é, na realidade, a pessoa que a sequestrou quando ela tinha apenas dois anos, no interior de São Paulo. Um crime parecido com o da Nazaré Tedesco, que tanto movimentou o país quando foi exibida.

A cuidadora investiga, por conta própria, a sua história desde a morte do sequestrador, Pedro Antônio Garcia, em 2006. Em entrevista à TV Gazeta, Simone revela que durante toda a vida ouviu do pai que a mãe havia morrido, mas nunca acreditou nessa versão dos fatos. Além disso, ela revela que o homem era muito violento e a agredia.

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Ela conta que quando Pedro foi preso por agressão despertou nela a vontade de saber se sua mãe realmente tinha morrido. No entanto, Simone nunca encontrou o atestado de óbito de Neide Aparecida Pereira, sua mãe biológica.

Então, ela resolveu procurar pela ficha criminal de Pedro, que morava em Tanabi, interior de São Paulo, e, na delegacia, descobriu que havia um crime ligado a ele que tinha gerado um processo. Foi assim que ela descobriu que seu pai, na verdade, era o seu sequestrador e que ele havia sido casado com uma prima do pai biológico dela.

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No boletim de ocorrência, registrado por Neide no dia 7 de abril de 1975, consta que a mãe de Simone foi buscar lenha nas proximidades de casa e, ao retornar, notou a ausência de Pedro e da filha.

Ainda naquele ano, o homem fugiu com Simone para o Espírito Santo, onde se casou e teve mais quatro filhos. Apenas em 1977, ele registrou a menina com o sobrenome “Lopes Garcia”, com a ajuda da ex-sogra.

“Tinha um conflito entre o meu pai e a família da mulher que eu acreditava que era a minha mãe, eles não se entendiam e eu sofria agressões em casa. A minha avó queria me pegar para criar, porque acreditava que eu era filha da filha dela, mas éramos afastadas. Ele ganhou a minha guarda na Justiça, e a última vez que essa minha avó me viu foi quando eu tinha 15 anos”, contou à TV Gazeta.

Agressões e abusos sexuais

Simone também revelou que foi bastante agredida fisicamente pelo pai e pela madrasta, além de ter sido abusada sexualmente por um dos filhos de Pedro, 12 anos mais velho.

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“Ele abusou de mim dos quatro aos nove anos. Quando eu fiz nove anos, um amigo do meu pai foi lá em casa e perguntou se alguma filha poderia morar na casa dele, para ajudar a cuidar dos filhos dele, brincar, e eu disse que queria ir só para fugir daqueles abusos. Morei na casa dessa família até meus 14 anos e saí porque quase sofri um abuso lá também”, lembrou durante a entrevista.

Hoje, Simone tem o sonho de encontrar a mãe, que, se ainda estiver viva, tem 66 anos, e conta com a ajuda de uma organização não-governamental (ONG) para ajudá-la e do apoio da filha Gabriela Elen Lopes.

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