A seccional de Santa Catarina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) notificou o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho para prestar esclarecimentos sobre sua atuação na audiência que analisava a denúncia de estupro feita pela influenciadora Mariana Ferrer contra o empresário André Camargo Aranha. Ele foi absolvido pela Justiça catarinense, que entendeu não haver provas suficientes para comprovar o estupro.
Na última semana, uma gravação da sessão judicial mostrou que o advogado do réu insultou a vítima e exibiu fotos dela tiradas antes do crime e que não tinham qualquer relação com o ocorrido. Cláudio Gastão disse ainda que Mariana posou em “poses ginecológicas” e a ofendeu dizendo que não gostaria de ter uma filha “do nível” de Mariana.
A OAB-SC informou que, desde 14 de setembro, quando tomou conhecimento dos fatos, abriu um procedimento interno e enviou ofício ao Judiciário para ter acesso integral ao processo, que ocorre em caráter sigiloso.
Ao Estadão, Cláudio Gastão disse que atuou dentro dos “limites profissionais e legais e que os trechos divulgados da audiência ‘distorcem o contexto'”. Sobre o uso de fotos de Mariana, o advogado afirmou que sua intenção foi mostrar a “mudança brusca de comportamento dela para supostamente sustentar estereótipo criado para a personagem que protagoniza o caso” e finalizou dizendo que “lamenta o mal-entendido caso alguém tenha se ofendido”.
O julgamento ético é feito pelo Tribunal de Ética e Disciplina e, depois, pelo Conselho Pleno estadual e pode durar até 12 meses. Se condenado, o advogado tem a carteira da Ordem cassada e não poderá mais atuar como advogado.