Oito estojos de fuzil, de calibre 5,56, que foram encontrados no quintal da casa onde o adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi baleado em uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, serão encaminhados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro à Polícia Federal. A munição foi encontrada pelo tio de João Pedro, no final de junho, quando cortava a grama do jardim e será comparada com a dos três fuzis apreendidos dos policiais que invadiram a casa onde ele estava. O calibre das armas é semelhante às munições encontradas por peritos no local da morte e que serão usadas no confronto balístico.
João Pedro morreu em 18 de maio, durante uma operação conjunta entre as polícias Federal e Civil no Complexo do Salgueiro. Por conta da pandemia, João Pedro não estava na escola e brincava na casa do tio com outros cinco adolescentes quando começou o tiroteio. O laudo oficial da perícia contou 64 marcas de tiros na casa onde o menino foi morto. Um fragmento de um projétil de fuzil calibre 5,56, recolhido do corpo do adolescente, também irá para a perícia da Polícia Federal.
Os peritos, porém, ressaltaram no relatório final que o local do crime não estava preservado para a perícia e prejudicou a análise. “A falta de preservação do local objeto dos exames é um fator que pode alterar ou prejudicar o resultado ou a análise dos exames realizados, pois possibilita a perda ou manipulação de vestígios”, diz o laudo. No documento, é confirmado que houve trocas de tiros dentro da casa. Três explosivos, uma pistola e estojos de fuzil, de calibre 7,62 foram encontrados no quintal.