Leonardo Nascimento, 26 anos, passou uma semana preso acusado injustamente do assassinato de Matheus Lessa, jovem que entrou na linha de tiro durante um assalto para salvar a vida da mãe. O rapaz que estava atrás das grades foi solto no início da madrugada desta sexta (24).
Recebido pelos familiares e amigos com muita comoção, Leonardo estava visivelmente abalado com a situação. Ele foi preso um dia após o crime e, desde então, a família dele travou uma luta para provar sua inocência.
Uma das provas apresentadas foram imagens da câmera de segurança que mostram o rapaz próximo ao condomínio onde mora no momento da morte de Matheus.
Os agentes assumiram o erro e pediram à Justiça a soltura de Leonardo na manhã de quarta (23). Mesmo assim, ele permaneceu mais um dia na prisão por causa de um erro no alvará. A unidade prisional informada estava errada.
A inocência de Leonardo foi provada graças a um pai determinado. Jorge Benjamim estava à espera do filho aguardando ansioso por um abraço.
“Estou aliviado porque o erro foi corrigido. Fizemos de tudo para provar a inocência dele. Meu filho é inocente. Ele não fez parte dessa ação tão bárbara. Meu coração está em paz, sem ressentimento”, disse Benjamin a jornalistas na porta do presídio.
Em uma camiseta, Jorge anunciava: “Uma tragédia, 2 vítimas”. “Perdi meu filho por alguns dias. Já eles perderam o menino eternamente. Temos que estar solidários à família, porque não tem como repor essa perda.” Leonardo tem uma irmã gêmea e esta foi a primeira vez que eles passaram o aniversário separados.
Para Jorge, o filho foi reconhecido por testemunhas apenas porque tem a ‘pele escura’ como a do assaltante. “Primeiro, reconheceram meu filho por meio de uma foto, que eu acredito ter sido retirada da internet. Depois, o levaram para a delegacia. Ele foi colocado na frente das testemunhas e ao lado de outros dois homens de pele clara. Então, foi apontado como o criminoso”, contou.
Testemunhas apontaram injustamente Leonardo como autor do disparo. A advogada de defesa, Ingrid Dantas, disse que contribuiu o fato de seu cliente ter características semelhantes às dos suspeitos, ao contrário dos outros acusados.
A polícia prendeu Yuri Gladstone Guimarães e Adeílton Santana de Oliveira, conhecido como Boquinha, pelo assassinato. Yuri confessou o crime e indicou Boquinha e outro rapaz como comparsas.
No dia em que mataram Matheus, os criminosos levaram do mercadinho R$ 30,00 e um celular.