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Ursos polares podem ser extintos antes de 2100 pelo aquecimento global

Com o aumento da temperatura devido às emissões de gases de efeito estufa, estes mamíferos perdem seu habitat natural e o acesso a alimento

Por Da Redação
21 jul 2020, 12h22
Urso polar em calota de gelo, no Ártico. Segundo estudo, o mamífero pode entrar em extinção até o fim do século.  (Lev Fedoseyev\TASS/Getty Images)
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Os ursos polares podem entrar em extinção em menos de 80 anos, de acordo com estudo da Universidade de Toronto publicado nesta terça-feira (21) pela Nature Climate Change. Segundo a pesquisa, o aquecimento global ocasiona o derretimento das calotas de gelo, incapacitando estes mamíferos de se alimentarem.

Para Peter K. Molnar, pesquisador que lidera o estudo, se nada for feito para conter a emissão de gases de efeito estufa, populações de ursos polares devem desaparecer do Alasca, Sibéria e outras regiões gélidas do planeta até o ano de 2100.

“Há pouca chance de os ursos polares persistirem em qualquer lugar do mundo, com exceção talvez do extremo norte do Ártico, na forma de uma pequena subpopulação”, disse ele ao New York Times. O pesquisador ainda sugere que, mesmo se o impacto ambiental for contido nas próximas décadas, certas subespécies, em especial aquelas que vivem mais ao sul, ainda estariam ameaçadas.

No total, existem cerca de 25 mil ursos polares divididos em 19 subpopulações distintas no Canadá, Alasca, Sibéria, Ilha Svalbard e Groelândia.

Entenda o problema

As calotas de gelo são o habitat natural desses mamíferos e o local onde caçam focas, animais essenciais para sua alimentação. Os ursos polares são capazes de jejuar por meses, mas, para isso acontecer, eles precisam estar bem alimentados.

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A questão é que o aquecimento global está duas vezes mais rápido no Ártico, fazendo com que o degelo dure cada vez mais tempo. Isso destrói o habitat de todas as 19 subespécies do animal, cortando também seu acesso a comida.

Desde a era pré-industrial, a temperatura da Terra já aumentou 1º C. Com o recuo do gelo, os ursos precisam migrar para encontrar alimentos tão ricos quanto as focas, o que prolonga o seu período de jejum devido à escassez de alimento.

Com as fêmeas, a preocupação é ainda maior. Elas ficam reclusas em seus abrigos para dar à luz os filhotes no inverno e só saem de lá na primavera. “Eles precisam caçar focas suficientes para poupar gordura e produzir o leite necessário para alimentar os pequenos”, afirmou Steven Amstrup, um dos autores do estudo e cientista da ONG Polar Bears International, à AFP.

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Os pesquisadores também estimaram o peso máximo e mínimo dos ursos, além do gasto de energia, para calcular o número máximo de dias de jejum que um urso polar pode suportar antes que a taxa de sobrevivência de adultos e filhotes comece a declinar. Segundo o estudo, um macho da subpopulação de Hudson Bay, presente no Canadá, com peso 20% abaixo do normal no início do jejum, sobreviverá apenas 125 dias, em vez dos 200 que viveria no peso normal.

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