Reconhecida mundialmente por ter sido a única atriz negra a ganhar o Emmy – pela sua atuação impecável no seriado How to Get Away with Murder, na categoria “série dramática” -, Viola Davis decidiu fazer algo para lutar contra o embranquecimento do meio cinematográfico: fundou uma produtora de filmes independentes.
O discurso da atriz ao receber a estatueta, feito para uma plateia majoritariamente branca, emocionou as (poucas) mulheres negras que estavam lá, inclusive Kerry Washington, que também está junto nesta empreitada: “a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem.”
A JuVee Productions foi idealizada em parceria com seu companheiro, Julius Tennon, e com a emissora de televisão ABC Studios. Inicialmente, os projetos abrangerão as áreas das plataformas digitais, serviços de streaming e canais fechados de TV a cabo.
Kerry Washington, que interpreta a personagem Olivia Pope, no seriado Scandal foi uma das mulheres que se emocionou com o discurso da amiga, e também criou recentemente a Simpson Street, uma produtora que leva os mesmos ideias do projeto de Viola: produzir narrativas que se identifiquem com os dilemas das mulheres negras numa cultura preconceituosa, sexista e excludente como a encabeçada pelo showbusiness de Hollywood.
Tanto Viola, quanto Kerry, foram inspiradas pelas ideias precursoras da atriz e cantora Queen Latifah, que elaborou, juntamente com Jessica Chastain, Catherine Hardwicke, Juliette Binoche e Kátia Lund, a criação da organização sem fins lucrativos We Do It Together, no final de 2015, que visa fomentar uma maior e mais significativa presença das mulheres nas telonas.
“Fundamos a JuVee Productions porque queremos ver narrativas que refletem nossa cultura multi-étnica e multi-facetada” declarou Viola à revista Variety: “Queremos fazer parte da história clássica do cinema, e não podemos esperar.”