Por que Jill Biden poderá revolucionar o posto de primeira-dama nos EUA
Jill Biden pode romper com uma tradição de mais dois séculos e se diferenciar de todas as mulheres que já moraram na Casa Branca
Jill Biden – ex-vice primeira dama dos Estados Unidos – pode se tornar, aos 69 anos, a única primeira dama dos Estados Unidos a não abdicar da profissão. Em 231 anos de história, nenhuma das mulheres que ocupou o posto manteve um cargo assalariado enquanto morou na Casa Branca.
A mulher de Joe Biden é professora sua intenção de seguir trabalhando com professora de inglês em uma faculdade de ensino técnico no estado da Virgínia, declarada em entrevista à CBS, em agosto deste ano, chegou a ser classificada como revolucionária.
“Se chegarmos à Casa Branca, eu vou continuar a ensinar. Eu quero que as pessoas valorizem os professores e saibam da sua contribuição e que isso eleve a profissão”, disse, à época. Bacharel pela Universidade de Delaware, ela tem dois mestrados, pela universidade de West Chester e pela Universidade Villanova.
Atualmente está de licença do emprego por conta dos compromissos da campanha eleitoral. Mas, ao longo de sua carreira, ficou sem trabalhar apenas quando deu à luz a sua filha Ashley, na década 1980, para em seguida retomar trabalho e estudos, completando o doutorado em educação pela Universidade de Delaware.
Nos oito anos em que esteve na Casa Branca, quando seu marido foi o vice de Barack Obama, ela se dividiu entre a sala de aula, obrigações oficiais de vice primeira-dama e seu trabalho de assistência e suporte a família de militares.
A causa militar e as dificuldades das famílias em lidar com a distância de entes queridos enviados em missões do Exército é, inclusive, tema de um livro infantil escrito por ela em 2012: “Don’t Forget, God Bless Our Troops”. (Não se esqueça, Deus Abençoe Nossas Tropas, na tradução livre)
O livro é baseado em fatos reais e relatado a partir da perspectiva da neta de Jill e Joe Biden durante o ano em que seu pai esteve no Iraque. O filho mais velho do primeiro casamento de Joe Biden, Beau, morto de câncer em 2015, foi procurador-geral de Delaware e juiz advogado do Exército e serviu no Iraque. Seu irmão, Hunter, também do primeiro casamento de Joe Biden, é advogado e lobista.
Joe e Jill se casaram em 1977. Joe era viúvo. Sua primeira esposa e sua filha de um ano morreram de forma trágica em um acidente de carro, durante as compras de Natal, em 1972, pouco depois de Joe Biden ser eleito senador. Com Joe, teve uma filha, Ashley Blazer, que trabalha como assistente social em Delaware.
Seu marido, declarou Jill à CNN em janeiro, sempre a apoiou na carreira, ao justificar a importância de retribuir todo o suporte a ele durante a campanha. “E esse é um momento importante para que eu o apoie, porque você sabe, eu quero mudança. Quero um novo presidente”, disse ao repórter.
Um papel essencial de Jill para na terceira candidatura de seu marido à presidência foi o de ajudá-lo a escolher sua companheira de chapa, candidata a vice-presidente, Kamala Harris. “O que ela (Jill) faz de melhor é me ajudar a descobrir quais as pessoas ao meu redor que seriam mais compatíveis comigo. Acho que ela me conhece melhor do que eu”, disse sobre a mulher com quem está há mais de 40 anos.