A comunidade científica está cada vez mais perto de identificar uma terapia que cure o mal de Alzheimer. O maior avanço na área ganhou a capa da última edição da prestigiada revista científica Nature e foi desenvolvido em conjunto entre a empresa de biotecnologia Biogen, o Hospital Butler, em Providence, nos Estados Unidos, e o Instituto para Medicina Regenerativa da Universidade de Zurique, na Suíça. No estudo, os pesquisadores injetaram um anticorpo específico em pacientes em estágios iniciais da doença.
Depois de cerca de um ano de injeções mensais, o anticorpo se mostrou capaz de diminuir, e até eliminar, as placas da proteína beta-amiloide, que se acumula no cérebro dos pacientes e afeta os neurônios. Ainda não se sabe se o acúmulo da proteína causa a doença ou é uma consequência do mal já instalado, mas sua eliminação é um caminho muito importante tanto para a cura como a prevenção.
“Os resultados do estudo clínico nos deixaram otimistas de que, potencialmente, daremos um grande passo à frente no tratamento do Alzheimer”, disse Roger Nitsch, professor do instituto sueco e supervisor do trabalho, à Nature. “O efeito do anticorpo é muito impressionante e seu resultado depende da dosagem e da duração do tratamento. No grupo de alta dosagem, a beta-amiloide desapareceu quase que por completo.” Os testes foram feitos com 165 pessoas e fazem parte de uma segunda fase experimental do estudo – a primeira foi feita em laboratório, o que incluiu testes em animais. A pesquisa vai continuar a ser aprofundada pelo menos até 2020.