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6 dicas para se sentir mais confiante e elevar a autoestima no pós-parto

Para o Dia das Mães, é bom lembrar: ser mãe é apenas um dos muitos papéis que uma mulher assume

Por Kalel Adolfo
3 Maio 2024, 10h00
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  • Dicas para aumentar a autoestima no pós-parto.
    Por fatores hormonais e sociais, o pós-parto tende a ser um período extremamente desafiador para as mulheres.  (Drazen Zigic/Freepik)

    O período pós-parto pode afetar a autoestima das mulheres por uma variedade de razões. Fisiologicamente, as mudanças hormonais desencadeiam sentimentos de tristeza, ansiedade e instabilidade emocional. Além disso, as transformações no corpo, como ganho de peso, estrias, flacidez abdominal e alterações nos seios, podem causar desconforto e insatisfação com a aparência física.

    Junte tudo isso à falta de uma rede de suporte, nutrir um senso de autoconfiança no puerpério acaba se tornando uma tarefa praticamente impossível (especialmente considerando que, em meio a esse turbilhão de acontecimentos, ainda há a necessidade de aprender a se adaptar neste novo papel materno).

    Bastante complexo, certo? Pensando nisso, a psicóloga Raquel Baldo dá dicas sobre como aumentar e realizar a manutenção da autoestima durante esse momento tão delicado. Confira:

    Por que o nascimento de um filho afeta a autoestima?

    Antes de tudo, Raquel Baldo afirma ser importante entender o próprio conceito de autoestima. “Geralmente, quando falamos sobre o assunto na sociedade, as pessoas o relacionam a autocuidado, a padrões de corpos, estrutura de vida”, pontua.

    Porém, segundo a psicóloga, a autoestima é, verdadeiramente, a maneira em que nos percebemos neste mundo. “É o quanto nos suportamos, o quanto nos amamos. Está muito conectada a esse lugar existencial”, diz. E o quanto iremos nos amar, de acordo com a especialista, irá depender do valor que nos dão.

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    Tendo isso em mente, Raquel afirma que, ao pensar na autoestima após o nascimento de um filho, é imprescindível ter consciência que esse senso de autovalor será definido também por uma estrutura social.

    Com a chegada desse papel materno, geralmente nos vemos forçadas a renunciar o nosso lugar como mulheres. Há um desaparecimento da mulher para que surja a mãe”, declara.

    Tal problemática, acoplada ao fato de vivermos numa sociedade patriarcal que objetifica o corpo das mulheres, apenas complica a equação. “Dentro da história, os corpos femininos são os que mais sofrem com a objetificação. E aqui, não me refiro apenas à aparência, mas a como o nosso corpo existe apenas para servir ao outro, para gerar, para fazer o homem feliz. Uma menina aprende desde cedo que precisa se emprestar ao próximo, que ela não pertence a si mesma, mas sim a uma ideia do que esperam da funcionalidade dela”, pontua.

    Portanto, quando um bebê nasce, a mulher é forçada a entrar em contato da maneira mais direta possível com essa estrutura doentia, repleta de expectativas injustas e pressões esmagadoras.

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    Dicas para aumentar a autoestima no pós-parto

    Mas e aí: existem formas de driblar camadas tão profundas de injustiça social que prejudicam a autoestima no pós-parto? Para a especialista, a resposta é, felizmente, positiva. A seguir, ela traz algumas informações valiosas:

    1. Aceite o medo

    Segundo Raquel Baldo, não há como evitar o medo, pois ele definitivamente irá surgir quando o bebê chegar. “É importante assumir que não saberemos tudo. Mesmo quando nos preparamos intensamente, lemos inúmeros livros, podemos não estar completamente prontas. E está tudo bem, pois muitos dos aprendizados também virão diretamente da relação diária entre mãe e filho.”

    2. Tenha uma rede de apoio

    Além de aceitar que erros poderão acontecer, é necessário ter uma rede de apoio. A importância disso, para a psicóloga, é garantir um certo grau de autonomia na vida da mulher mesmo após a maternidade.

    “Autoestima está muito ligada à autonomia de vida. Quanto mais eu entendo o que me faz bem, quanto mais eu consigo me sustentar psiquicamente e financeiramente, maiores serão as minhas chances de conduzir a situação com menos sofrimento”, diz.

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    3. Acolha a sua aparência física

    Quando falamos de padrões estéticos, há inúmeros fatores que precisamos levar em conta: “Qual ideia de autoestima em relação à aparência essa mulher possui? É uma ideia fragilizada ou saudável? Ela já lida com uma autoestima abalada por não se reconhecer enquanto beleza? E mesmo que ela se considere bonita, será que experimenta angustia para manter a tal ideia da beleza padrão? Esses são apenas alguns dos pontos que precisamos levantar antes de debater sobre autossatisfação estética”, reflete.

    Contudo, um conselho geral, que tende a englobar grande parte das mulheres que sofrem com questões estéticas no pós-parto, é tentar reconhecer a beleza na transformação proporcionada pela gestação.

    “Nós produzimos outra vida. Um coração bateu dentro de você. Um ser vai existir no mundo porque um organismo conseguiu gerá-lo e sustentá-lo. Então, essa transformação física, por mais disruptiva que seja, também acaba revelando um preparo muito bonito por trás, que pode ser enxergado como extremamente deslumbrante”, afirma.

    Para isso, a psicóloga recomenda tentar ser gentil consigo mesma. “Aprendemos a ser gentis com os outros, menos conosco. A autogentileza vai proporcionar uma capacidade de paciência, de respeito com o tempo de seu corpo”, aponta.

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    4. Tente não se comparar

    Acoplada à paciência, está a importância de não se comparar com outros corpos durante o período pós-parto. “Hoje é vendido pelas redes sociais que, em um mês, as pessoas recuperam o seu corpo de antes. Isso vem gerando muitas angústias fantasiosas e adoecedoras nas mulheres”, afirma.

    Raquel declara que os corpos são reais, não máquinas para serem moldadas. “Se eu aprender sobre autogentileza, posso me ajudar nesse processo e entender que o meu corpo tem seu próprio ritmo.”

    5. Antes da mãe, existe uma mulher

    Raquel aponta que é imprescindível recordar que, antes da existência de uma mãe, há toda a história de uma mulher. “Que nesse processo de aprender a maternar, possamos sempre nos lembrar que devemos ser a nossa própria prioridade.”

    A psicóloga ressalta que isso não é egoísmo, visto que a mulher tende a ser muito mais capacitada como mãe no momento em que abraça a sua importância enquanto indivíduo. “Essa ideia de renunciar ser mulher para se tornar mãe em função do outro é adoecedora. Seja sua prioridade. Você é mulher acima de mãe, não mãe acima de mulher. Mãe é apenas uma das funções que podemos exercer no mundo”, declara.

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    6. Tenha momentos para você

    Talvez seja complicado realizar grandes eventos para si durante o pós-parto, entretanto, tente, ao menos uma vez por semana, cultivar momentos que sejam dedicados apenas para você. “Pode ser um banho acompanhado de uma música, de uma vela. Assista a um filme ou série depois que o bebê dormir. Coma aquele alimento que tanto te agrada. Mesmo que ainda não seja possível vestir as roupas que você gostava de usar, tente cuidar de seu cabelo e unhas. E para isso, novamente, é necessário pedir ajuda”, recomenda.

    Aqui, a psicóloga faz questão de reiterar que pedir ajuda não é sinônimo de impotência. “Ter um suporte faz com que consigamos continuar dando conta. Com alguém de confiança para amparar o meu bebê, eu posso tirar um tempo para fazer algo que me traga felicidade”, diz.

    Para a especialista, é essencial mantermos pequenas rotinas que nos façam relembrar de nossas identidades. E claro, o acompanhamento psicológico enquanto autocuidado nesta fase também é de extrema relevância.

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