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Por que os casos de HIV dispararam entre os jovens brasileiros?

“O medo da morte, as imagens cadavéricas de pessoas que definhavam ficaram para trás, mas a doença ainda é grave”, explica infectologista

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 set 2017, 16h59 - Publicado em 29 ago 2017, 14h49
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  • Os dados divulgados por um levantamento realizado pelo Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde assustam: de 2006 a 2015, o número de brasileiros infectados pelo vírus da AIDS saltou, na faixa etária de 15 a 19 anos, de 2,4 para 6,9 para cada cem mil habitantes.

    No caso de jovens com idades entre 20 e 24 anos, o número passou de 15,9 para 33,1; e para homens com idades entre 25 e 29 anos, de 40,9 para 49,5. Estatisticamente, os números revelam algo mais preocupante do que apenas números de grandes projeções: o vírus da AIDS voltou a crescer, principalmente entre os jovens.

    Diferentemente da epidemia de HIV que assolou o Brasil na década de 80, a doença tem se alastrado de forma silenciosa entre os jovens. “O medo da morte, as imagens cadavéricas de pessoas que definhavam na segunda ala do hospital Emílio Ribas [localizado na região central da capital paulista] ficaram para trás, mas a doença ainda é grave. Naquela época, todo mundo tinha um amigo ou conhecia alguém que estava muito mal de AIDS”, explica o Dr. Paulo Olzon, infectologista e clínico geral da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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    O primeiro registro da terapia antirretroviral ministrada contra a AIDS data de 1996. O tratamento medicamentoso combate os danos causados pelo vírus ao sistema imunológico. Hoje, apesar das descobertas de outras substâncias mais efetivas que acarretem sintomas não tão fortes, o princípio ativo permanece o mesmo.

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    “Há várias opções de tratamentos, inclusive menos tóxicos. É uma gama muito grande de remédios, quem determina o uso é o Ministério da Saúde. Entretanto, a base permanece a mesma. Não é um tratamento contra uma infecção ou inflamação qualquer, como o de pneumonia, por exemplo, que você toma, sara e acabou”, explica o Dr. Olzon.

    Existe, atualmente, também o método de profilaxia pós-exposição, que se trata, basicamente, da ingestão diária de um medicamento contra o vírus por pacientes não infectados após terem se exposto a uma situação considerada de risco. Um fator importante, neste caso, é que mesmo que o método seja considerado uma “salvaguarda” contra o vírus, não protege, efetivamente, contra outras DSTs.

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    No caso da AIDS, o infectologista é categórico ao afirmar a importância da prevenção: “A forma de se prevenir é através do uso de preservativo durante as relações sexuais. Hoje, não se vê mais campanhas, incentivos governamentais falando sobre o assunto. É preciso que essas informações cheguem aos jovens, que são muito diferentes dos portadores da década de 80, por exemplo. É muito raro morrer de AIDS hoje, mas isso não tira todo o estigma e sofrimento que essa pessoa vai passar durante a sua vida. É um tratamento para o resto da vida.”

    Os efeitos colaterais mais comuns nos portadores do vírus que realizam o tratamento são: zumbido no ouvido, tontura, inflamação dos nervos periféricos e formigamentos.

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