O clima quente de nosso país, a poluição dos centros urbanos e fatores como genética e alimentação rica em carboidratos fazem com que a pele oleosa seja a mais comum entre os brasileiros. É uma pele com alta produção de sebo, o que a torna brilhante, com um aspecto “espesso” e poros mais dilatados que os das peles normal e seca. Também é frequente que as pessoas com pele oleosa tenham uma tendência maior a apresentar espinhas, cravos e acne.
Regular essa oleosidade e manter a pele saudável e bonita é totalmente possível, desde que sejam adotados alguns cuidados diários. Conversamos com as dermatologistas Juliana Piquet e Paula Chicralla para saber em que você deve estar atenta se sua pele for oleosa.
Lavar o rosto no máximo três vezes ao dia
Quem se sente incomodada com a oleosidade da pele normalmente quer lavar o rosto várias vezes ao longo do dia. Pois não deve. O ideal é lavar no máximo três vezes: obrigatoriamente uma ao acordar e uma antes de dormir e opcionalmente uma ali pela hora do almoço.
“Lavar em excesso acaba ressecando a pele, que entende que precisa produzir mais sebo, levando ao efeito rebote”, explica Juliana, que também alerta que lavar em excesso pode comprometer a barreira cutânea, alterar o microbioma e a função de defesa da pele.
O melhor tipo de produto para as lavagens é um sabonete líquido para peles oleosas, por ser menos adstringente e menos agressivo.
Não dispensar a hidratação na rotina de limpeza da pele
Toda pele precisa de hidratação, inclusive a oleosa.
A rotina de limpeza para a pele oleosa, portanto, começa com a lavagem e acaba com a aplicação de um hidratante específico para peles oleosas. No meio do caminho, usa-se um adstringente e água micelar – esta última, especialmente se houver a necessidade de remover maquiagem.
Então, para ficar bem claro, vamos recapitular a ordem: lavagem – adstringente – água micelar e hidratante.
Usar água em temperatura amena para as lavagens
A água para as lavagens da pele oleosa deve estar no máximo a 37°C. Se estiver mais quente que isso, causa um ressecamento excessivo que leva ao efeito rebote – o mesmo processo das lavagens em excesso que explicamos ali em cima.
Finalizar as lavagens do rosto com água fria
Juliana recomenda um jato de água fria no final das lavagens e do banho. “Ajuda a fechar os poros após a limpeza”, justifica. Paula, por sua vez, sugere: “Lave o rosto na pia mesmo, quando for escovar os dentes, e evite deixar o sabonete de rosto no banho”. Assim, não se cai na tentação de lavar o rosto com água quente.
Hidratar-se muito de dentro para fora
A orientação de Paula é que quem tem pele oleosa beba entre 2 e 3 litros de água por dia. “Ela faz um detox. Diminui os radicais livres, as impurezas e o acúmulo de sebo”, esclarece.
Dar preferência a produtos de tratamento em sérum ou gel
As dermatologistas são unânimes em dizer que sérum e gel são as melhores vias para produtos de tratamento para peles oleosas. Paula tem uma leve preferência pelo sérum, “porque ele é um fluido, bem sequinho e geralmente irrita menos que o gel”.
Proteger-se contra agentes externos, como a poluição
“As partículas poluentes podem obstruir diretamente os poros”, observa Juliana. Isso leva ao aumento de incidência de cravos e espinhas e pode facilitar a chegada da acne em quem tem tendência a desenvolvê-la.
A melhor maneira de proteger a pele é não esquecer de aplicar seu hidratante no final da rotina de limpeza, pois ele cria uma barreira de proteção necessária especialmente para quem mora ou circula em cidades grandes e cheias de trânsito.
Colocar os alimentos adequados no prato
A alimentação pode ser determinante entre uma pele oleosa controlada ou descontrolada. Alguns alimentos têm a capacidade de piorar a oleosidade cutânea – Paula cita o amendoim e o chocolate –, então é melhor evitá-los.
Outros podem diminuir as inflamações e a acne associada à pele oleosa. “Uma alimentação rica em fibras e proteínas e pobre em carboidratos refinados e em laticínios ajuda muito quem sofre com a oleosidade da pele”, finaliza Juliana.