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Malhando muito e comendo mais ainda? Saiba como melhorar essa situação!

Cair no “efeito compensação” pode prejudicar seus resultados e sua saúde; especialistas explicam por que isso acontece e como alcançar o equilíbrio.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 13h01 - Publicado em 17 jul 2019, 18h34
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  • As caminhadas diárias são feitas com o maior afinco ou você é uma assídua frequentadora da academia, mas os resultados (de emagrecimento, resistência ou qualquer outro objetivo) não são satisfatórios. Isso é bem comum entre quem se exercita por conta própria – ou seja, sem acompanhamento médico tanto para definir constância e intensidade das atividades físicas quanto para falar sobre a relação delas com a alimentação – e, muitas vezes, acaba até gerando um certo desânimo para continuar.

    Se você acaba de ler a história da sua vida com os exercícios físicos, vale uma reflexão: você já notou se anda comendo muito (e mal) quando acaba sua ?

    Não está só quem responde que sim. Um estudo feito por pesquisadores do Pennington Biomedical Research Center de Baton Rouge, na Louisiana (EUA), e publicado pelo American Journal of Clinical Nutrition indicou que é um comportamento comum, quando não há acompanhamento médico, exagerar na comida depois de se exercitar e ficar frustrado por não alcançar seus objetivos.

    Foi assim: 171 voluntários homens e mulheres foram divididos em dois grupos – um em que os participantes malhavam e seguiam suas rotinas, comendo livremente, e outro em que havia orientação nutricional para o pós-treino. Depois de seis meses, o pessoal do primeiro grupo apresentou resultados insatisfatórios, enquanto no segundo grupo eles foram alcançados.

    Mas por que será que quem come livremente e nem pensa em seguir orientações de médicos tende a exagerar na dose depois dos exercícios? Conversamos com a psicóloga Kênia Monteiro, mestranda em comportamento alimentar adulto, para entender melhor isso.

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    Efeito compensação

    Pode colocar a culpa na dinâmica do dia a dia. “As pessoas se esforçam muito no trabalho ou nos estudos, ficam acabadas, e muitas vezes não sentem seu valor reconhecido. Bate uma frustração e elas decidem, então, se dar os devidos reconhecimentos”, começa a psicóloga, que explica que o “efeito compensação” se manifesta de diversas formas.

    “Está na compra desenfreada de coisinhas nem sempre necessárias, com a desculpa de ‘Trabalho demais e mereço gastar dinheiro comigo’. No caso de quem malha, a compensação pelo esforço feito vem em forma de comida. Aí entram doces, milk-shakes, pizzas, frituras e tudo que seja gorduroso e calórico, alimentos que trazem prazer e saciedade imediatos. ‘Malhei por duas horas, eu mereço dois pedaços de pizza e três paçocas’ é um pensamento comum, mas que pode prejudicar não só os resultados, como também a saúde”, pontua Kênia.

    A nutricionista clínica Marli Assis coloca esse prejuízo à saúde em termos mais claros: “A gordura saturada do óleo de frituras, os carboidratos à base de farinha branca e os açúcares refinados são os maiores vilões contra o emagrecimento e o bem-estar. Entre outros males, baixam a imunidade, prejudicam a saúde do coração, interferem negativamente no colesterol e no controle glicêmico [quantidade de açúcar no sangue]”.

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    Ela confirma que, sim, são alimentos que trazem satisfação rapidamente, mas não devem ser consumidos com frequência e muito menos por quem pretende melhorar a qualidade de vida por meio de exercícios físicos. “Não se trata de demonizar a comida, mas de fazer as escolhas adequadas. É necessário repor as energias, mas não com torta doce e refrigerante. Qual é o sentido de malhar e em seguida consumir alimentos que façam mal à saúde?”, questiona.

    O que colocar no prato e no copo depois da atividade física?

    Muito bem, agora você já sabe o que é melhor evitar depois de se exercitar. Mas o que deve comer, então? O endocrinologista Francisco Tostes, sócio da Clínica Nutrindo Ideais e especialista em emagrecimento, atividade física e medicina do esporte, dá a dica:

    “É muito importante repor os carboidratos, para que os músculos se recuperem do exercício. Boas opções são frutas, iogurte e inhame. Associar a eles fibras de cereais como a aveia é uma estratégia interessante.”

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    A nutricionista Marli Assis ressalta a importância da hidratação. “Beber bastante água é essencial. Recomenda-se a ingestão de dois litros de água por dia para todas as pessoas; quem faz atividade física deve acrescentar a essa medida um copo de 250 ml para cada hora de exercício”, ensina. “Frutas aquosas, como laranja, melancia e melão, também têm um papel importante na hidratação e entram com fibras, que de quebra auxiliam no funcionamento do intestino”, complementa.

    Então é isso: aquele iogurte com cereais (naturais, sem açúcar, por favor) acompanhado de água e frutas é sua melhor dieta pós-treino.

    De olhos em outros aspectos da saúde

    Vale destacar que a dificuldade para perder peso, definir massa muscular ou melhorar aspectos de saúde como a resistência pode estar associada a algum distúrbio hormonal. São aqueles casos em que a pessoa faz tudo como manda o figurino tanto na atividade física quanto na dieta, mas os resultados não se manifestam.

    Aí é necessário procurar a ajuda de um médico endocrinologista, que analisará as condições gerais do organismo por meio de exames clínicos e pela observação em consulta. Com base nisso, conseguirá apontar tratamentos que precisem ser feitos e também definir a dieta ideal para a paciente.

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