O câncer de mama é o que possui a maior taxa de mortalidade da doença entre as mulheres no Brasil. A prevenção é feita com exames de rastreio. No entanto, as brasileiras se mostraram pouco motivadas a cuidar do próprio corpo, de acordo com uma pesquisa realizada pelos times de CX e Data & Analytics da Dasa, maior rede de saúde integrada do país.
Milhões de mulheres deixaram de fazer mamografias de rotina no período pós-pandêmico. Passando essa informação para números práticos, isso pode resultar em 66.280 casos novos de câncer de mama – só neste ano. Esses dados refletem na importância de campanhas governamentais e de órgãos de saúde que estimulem esse cuidado.
Andrea Dolabela, diretora-geral de Produtos, Marketing, Experiência e Analytics da Dasa, conversou com a CLAUDIA sobre esse cenário – que teve um considerável agravamento por conta da pandemia de Covid-19. “É compreensível que muitos cuidados deixaram de ser tomados por conta das necessárias medidas de isolamento durante este período”, pontua Andrea. “Entretanto, mantendo em vista a melhora gradativa do cenário, é fundamental que todos e, inclusive, as mulheres com mais de 40 anos de idade retomem seus exames o quanto antes”, completa.
O levantamento feito pela Dasa surge de uma necessidade de entender melhor o perfil da sociedade brasileira e também para rastrear os furos da população em relação à saúde. “Tivemos resultados que acenderam alertas fundamentais, como a baixa motivação das brasileiras para fazer exames de detecção dos cânceres de mama e de colo de útero”, explica Andrea Dolabela.
Estamos falando de prevenção, algo que não é tão complexo quanto a doença em si, o que acaba sendo ainda mais preocupante. Além do câncer de mama, o de colo de útero é outro que acomete as mulheres e pessoas com útero. Andrea reforça que é “essencial uma força-tarefa de órgãos governamentais e prestadoras de serviços de saúde para a retomada dos cuidados das mulheres”.
Segundo a pesquisa, as brasileiras estão divididas em 6 personas: exigentes; motivadas; simplistas; malabaristas; carentes e desinteressadas. Em primeiro lugar, com 20,6%, está a “simplista”, é um perfil que evita check-ups anuais e acredita já fazer o necessário para se manter saudável. A faixa etária são mulheres com mais de 56 anos, faixa etária de maior incidência da doença.
Em segundo lugar (20,3%), está o grupo das “carentes”: fazem pouco em relação à saúde, mas gostaria de adquirir novos hábitos. Em seguida tem as “malabaristas” (19,2%): a saúde até importa, mas elas não têm tempo de se cuidar. Fechando as últimas posições temos as “motivadas” (19%) e “exigentes” (11,1%), costumam fazer exames preventivos e se preocupam em relação aos serviços de saúde, e a “desinteressadas” (9,3%), que não têm opinião sobre o tema.
A definição de cada persona é importante para que tanto os laboratórios quanto os órgãos do governo entendam o público que eles estão lidando. “Isso nos ajuda a conversar com as mulheres de forma mais assertiva para a criação de campanhas e ações de prevenção. O convite para embarcar na jornada do cuidado se torna mais pessoal e atende as necessidades e motivações de cada mulher”, explica a especialista. “Os dados da pesquisa também auxiliam no aprimoramento contínuo e no desenvolvimento de novos produtos em saúde, que atendam a cada perfil de usuário”, completa.