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Por que tantos humoristas, como Whindersson Nunes, têm depressão?

Eles nos fazem rir, mas também são alvos da doença que gera angústia, tristeza permanente e a falta de vontade de realizar tarefas simples.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 20h09 - Publicado em 16 abr 2019, 09h57
 (Reprodução @whinderssonnunes/Instagram)
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Na semana passada (12), o humorista Whindersson Nunes fez um desabafo em seu Twitter, contando que tem depressão: “Apesar de tudo de bom que vem acontecendo comigo, com tudo que já conquistei, eu me sinto há alguns anos triste. Eu sinto um angústia todos os dias, todos os dias, algumas risadas, algumas brincadeiras e depois lá estou eu de novo com esse sentimento ruim”. Depois disso, ele cancelou sua agenda de shows até agosto.

E ele não é o primeiro comediante a declarar que sofre com a doença – só para relembrar, nessa lista entram grandes nomes como Robin Williams, que tirou a vida aos 63 anos, Jim Carrey, Stephen Fry e Chico Anysio. 

Mas por que tantos humoristas são depressivos?

“A depressão não está ligada à personalidade, à capacidade criativa, nem ao trabalho. A depressão tem fatores biológicos, genéticos, ligados ao organismo que independem da sua profissão. Ela pode até ter um start por causa da pressão e o estresse que a carreira gera, mas apenas em quem tem a predisposição”, afirma o psiquiatra Mario Louzã.

Estima-se que cerca de 10% das pessoas têm depressão ao longo da vida e os comediantes estão nessa estatística, assim como todos os outros profissionais.

E nada de pensar que a depressão é mascarada pelo humor. “O humor é espontâneo, não trate o fato de ser engraçado como forma de esconder uma depressão. E é até provável que no período da doença o humorista tenha muito mais dificuldade, porque estará menos criativo, com pensamentos mais negativos, dificuldades de expressar sua capacidade humorística”, diz Louzã.

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O que acontece é que, cada vez mais, as pessoas estão se sentindo à vontade para compartilhar seus problemas, falar da doença, o que é muito importante para gerar mais conhecimento e incentivar a busca por ajuda.

Em um dos posts, Whindersson diz: “Me desculpem se eu decepcionei algum de vocês, não me entendam mal por favor, eu quero fazer terapia, eu quero ajuda, e quero viver”. 

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