O açúcar é o inimigo número um da diabetes
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“O diabetes é uma doença silenciosa”, diz a endocrinologista Márcia Queiroz. Quando os níveis de açúcar no sangue começam a aumentar, o corpo se adapta. Por isso, não há sintomas. “É muito comum uma pessoa chegar ao hospital com infarto do miocárdio sem saber que é diabética. Também não é raro um paciente ter cegueira e ignorar ser portador da doença.” Apesar disso, entre 8% e 10% dos brasileiros têm diagnóstico confirmado de diabetes. Com o crescente ganho de peso da população, esse percentual tende a aumentar.
Entenda o funcionamento do diabetes
A doença pode ser explicada como uma diminuição do metabolismo do açúcar. Ou seja, as células não absorvem toda a glicose dos alimentos e a concentração dessa substância no sangue aumenta. O que prejudica a entrada de açúcar nas células é a ausência ou a insuficiência de um hormônio chamado insulina, produzido pelo pâncreas. A insulina “abre a porta” da célula para a glicose e é liberada no corpo sempre que a pessoa se alimenta. Quando ela come muito, por exemplo, o pâncreas precisa produzir muita insulina e pode ficar sobrecarregado. Se a pessoa tem sobrepeso, o excesso de gordura nas células prejudica a ação do hormônio. “Não engordar é o fator mais importante da prevenção”, explica a especialista.
Os tipos de diabetes
O diabetes tipo 1 é mais frequente em crianças e adolescentes. O portador para de produzir insulina e se torna dependente de injeções pelo resto da vida. Os médicos ainda desconhecem as causas dessa modalidade da doença. O tipo 2 é mais comum e atinge principalmente adultos com mais de 40 anos. A ocorrência de diabetes na família é um fator de alto risco, assim como o sedentarismo, o sobrepeso e a obesidade. Nesse caso, o pâncreas fica sobrecarregado e produz insulina em quantidades insuficientes. Por isso, o tratamento é possível apenas com medicação.
Como prevenir
Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para evitar o desenvolvimento da doença. Isso inclui uma alimentação equilibrada, sem excesso de açúcar e carboidratos, ao menos 150 minutos de atividade física por semana e um checkup anual. É importante ficar atenta aos fatores de risco: idade, obesidade, hipertensão, colesterol alto, histórico de diabetes ou de doenças cardíacas na família e diabetes durante a gravidez. Pessoas com mais de 40 anos estão mais propensas a desenvolver diabetes tipo 2. Por isso, é essencial procurar um médico e fazer os exames.
Veja quais partes do corpo sofrem com a doença
É possível ter diabetes sem saber. Confira os principais sintomas e complicações da doença para não ser pega de surpresa
Cérebro
A doença pode deixar o cérebro mais lento. O diabetes também é um dos fatores que causam derrame ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Rins
Insuficiência renal. O excesso de glicose prejudica a capacidade de filtragem do sangue.
Bexiga
O diabético urina várias vezes, principalmente à noite. Pode haver dificuldade de eliminar a urina. No homem, também há o risco de impotência.
Pés Machucados
Feridas que não saram, dores, formigamento e diminuição da sensibilidade (a doença danifica o sistema nervoso).
Olhos
Visão embaçada. Em estágio avançado, o diabetes pode provocar cegueira. A doença danifica os vasos sanguíneos da região.
Boca
Sede constante e intensa, provocada pela desidratação, e hálito com cheiro de acetona.
Coração
A doença predispõe à hipertensão e a doenças cardíacas. Pode causar infartos.
Estômago
Fome intensa e emagrecimento, pois a glicose ingerida não é transformada em energia.
Músculos
Funcionam sem renovação de energia. Isso causa fadiga persistente e fraqueza.