Volte a ficar à vontade mostrando as pernas na praia.
Foto: Getty Images
As varizes têm aparecido mais cedo em nossa vida. A cada 100 mulheres, 32 já chegam aos 30 anos com veias escuras e inchadas nas pernas. Começar a usar pílula muito jovem é um dos fatores que explicam o aparecimento precoce do problema – os hormônios usados nos contraceptivos interferem na circulação. “Além de prejudicar a aparência e causar dor, a evolução das varizes pode provocar escurecimento das pernas, feridas e até trombose, colocando em risco a vida da paciente”, alerta Ivanésio Merlo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.
A boa notícia é que a aplicação de espuma, um tratamento eficaz e bem mais simples que a cirurgia, já está disponível até pelo SUS – como acontece atualmente em Salvador, na Bahia. Agora é esperar que isso ocorra em outras cidades também. Esclareça aqui todas as dúvidas sobre a técnica, trate direitinho as varizes e livre-se da vergonha de usar minissaia.
O que são as varizes?
São veias dilatadas por alterações na circulação sanguínea.
Quais os sintomas?
Dor, queimação, sensação de peso nas pernas e inchaço nos tornozelos.
E quais as causas do problema?
“Elas ainda não estão bem definidas, mas sabe-se que a predisposição genética favorece o surgimento das varizes. Ou seja, se os seus pais sofrem com isso, você tem mais chances de acabar sofrendo também”, explica Ivanésio Merlo.
É possível prevenir?
Quem tem casos na família deve seguir alguns cuidados, como evitar ficar muito tempo em pé ou sentada, praticar atividade física e ficar atenta à alimentação, pois o excesso de peso prejudica a circulação.
Como é a injeção de espuma nas varizes grossas
Até um tempo atrás, só a cirurgia era eficiente para tratar as varizes mais grossas. No entanto, a escleroterapia ecoguiada com espuma (ou injeção de espuma) tem ganhado destaque como uma técnica simples e eficaz para esses casos. Ela pode ser realizada no consultório, sem cortes, internação nem anestesia
Como é o procedimento?
1. O médico agita a seringa com um medicamento que forma espuma e a injeta no vaso. O método deve ser realizado com a ajuda de um ultrassom para que o especialista localize com precisão a veia que será tratada.
2. A substância se expande e gruda nas paredes internas do vaso, empurrando o sangue para fora. Sem sangue, a veia vai secar com o tempo. Depois de fazer esse procedimento, é necessário usar uma meia elástica por cerca de 15 dias, mas a paciente sai andando e nem precisa fazer repouso. A pele próxima à área tratada pode ficar escura, mas a mancha costuma desaparecer em até três meses. Em alguns casos, é preciso consultar um dermatologista para fazer um tratamento que clareie a pele de novo por completo.
Há riscos?
Sim. Assim como a cirurgia de varizes, a escleroterapia com espuma gera risco de trombose venosa e embolia, que pode provocar o deslocamento de coágulos pelo corpo e atingir o pulmão, por exemplo. Por isso, essa técnica só deve ser realizada por angiologistas ou cirurgiões vasculares com bastante experiência, e depois de uma análise cuidadosa da saúde da paciente.
Onde posso realizar?
Por enquanto, apenas a cidade de Salvador oferece esse tratamento com espuma pelo SUS, no Hospital São Rafael. Nas outras cidades, ele é realizado somente em clínicas particulares (e os planos de saúde não cobrem). O valor de cada sessão varia de acordo com o quadro da paciente, mas fica entre R$ 300 e R$ 700, em média. Só o médico pode avaliar quantas sessões serão necessárias para resolver o problema.