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Viagem de avião pode aumentar risco de trombose em gestantes

Idosos também fazem parte do grupo de risco. Saiba quais são os sintomas e como se prevenir.

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jun 2017, 17h36 - Publicado em 30 jun 2017, 17h20
 (Manuel-F-O/ThinkStock)
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Julho é o mês das férias escolares e, consequentemente, o das viagens mais longas de avião com a família. Quem nunca sentiu aquele desconforto ao viajar por horas em poltronas apertadas? Muita gente desconsidera, mas uma série de hábitos típicos das viagens aéreas pode ser extremamente prejudicial se forem combinada com outras complicações de saúde: ar condicionado potente, não beber água regularmente e, principalmente, não movimentar as pernas com frequência.

A má circulação dos membros inferiores quando associada a fatores genéticos, obesidade, diabetes, sedentarismo, hipertensão, tabagismo e mudanças bruscas no corpo feminino advindas do uso de pílulas anticoncepcionais ou gravidez pode causar trombose. Não à toa, a doença, neste caso, pode também ser chamada de “trombose dos viajantes” ou “síndrome da classe econômica”.

A trombose é uma formação de coágulos, também chamados de trombos, em um vaso sanguíneo. Por apresentarem uma estrutura sólida porém amolecida, os fragmentos podem se soltar e serem transportados pelo sistema circulatório até os demais órgãos do corpo, como por exemplo o pulmão. Isso pode agravar a situação, provocando um entupimento das artérias pulmonares, caracterizando a embolia pulmonar, que pode ocasionar morte súbita do indivíduo.

“A trombose em si é uma síndrome, porque se você não trata a que acomete os membros inferiores, provavelmente esses coágulos poderão se deslocar e serem guiados para o pulmão. Por isso não tem como dissociar a trombose da embolia pulmonar”, acrescenta a cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita.

Leia mais: Trombose: 8 mitos e verdades sobre a doença.

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Os coágulos se formam porque a velocidade do sangue diminui drasticamente caso você permaneça muito tempo parado em uma mesma posição. Neste processo, a drenagem do sangue também é dificultada. “Acaba por aparecer uma lesão na parede da veia devido ao aumento da viscosidade do sangue, ou seja, ele passa a ter um caráter mais ‘grosso’.  A panturrilha é uma ‘bomba’, ou seja, é uma região formada, principalmente pelos músculos gastrocnêmio e sóleo, responsáveis por bombear o sangue para os membros inferiores. Então, se você permanece por muitas horas sentada, a frequência de bombeamento diminui”, diz a Dra Aline.

Um recente estudo publicado na revista científica norte-americana The Lancet apontou que a incidência de trombose venosa profunda em mulheres grávidas corresponde a dois casos em cada mil gestações. A estatística é pequena, mas ainda é motivo de alerta, tanto é que alguns especialistas recomendam que mulheres com mais de sete meses de gestação não viajem.

“A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não permite e, quando as gestantes estão perto de completar o sétimo mês, são feitas uma série de recomendações como o uso de meias elásticas e a ingestão de muita água, mesmo que os casos de trombose na gravidez não sejam tão frequentes. Quando a viagem é imprescindível, é necessário que o médico autorize”, explica o Dr. Luiz Fernando Leite, obstetra da Maternidade Pro Matre Paulista. Mulheres que possuem predisposição genética, que já foram diagnosticadas, que são sedentárias ou estão acima do peso devem prestar maior atenção.

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Gestantes apresentam um risco maior de desenvolver trombose devido a variação hormonal que o corpo feminino sofre durante esse processo. “Há uma viscosidade significativa do sangue decorrente das alterações químicas que acabam gerando uma maior coagulação do sangue. As pernas e os pés também incham pois, conforme o bebê se desenvolve no útero, a veia cava, responsável pela drenagem das veias da perna sofre uma compressão”, conta a cirurgiã.

Outro grupo de risco que também deve ficar atento aos sintomas de dor e formigamento durante o vôo são os idosos ou pacientes que possuem alguma doença hematológica, ou seja, associada ao sangue. “Há pessoas que possuem o sangue mais grosso devido ao histórico familiar de doenças circulatórias ou varicosas. Pacientes que estão submetidos a tratamentos de câncer ou que estejam desenvolvendo a doença e ainda não foram diagnósticos, em geral, também têm distúrbios de coagulação e disposição a desenvolver distúrbios tromboembólicos”, acrescenta a Dra. Aline.

Os sintomas geralmente estão concentrados nos membros inferiores. “Se você sentir uma dor constante na região da batata da perna que não melhora em nenhuma posição, não se parece com uma cãibra e, gradativamente, vai piorando, é um sinal de alerta. Inchaço, alteração da cor da pele para tons mais arroxeados ou avermelhados, veias saltadas também podem aparecer, mas não é regra” afirma a cirurgiã.

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“É fundamental que os passageiros, principalmente as gestantes, não subestimem os sintomas. Falta de ar, muito comum em crises de asma, dores no tórax, tosses constantes, um quadro que pode ser facilmente confundido com uma pneumonia também podem ser sintomáticos de embolia pulmonar”, alerta antes de completar: “Se os sintomas persistirem por dias, é imprescindível que você procure uma unidade de pronto-atendimento. Neste caso, nunca espere voltar de viagem para procurar ajuda médica.” A utilização de meias de compressão e a administração de anticoagulantes podem fazer parte das prescrições de especialistas para aqueles que integram o grupo de risco.

Confira abaixo algumas dicas que podem prevenir a ocorrência de trombose durante os vôos longos:

– Evitar permanecer a viagem sentado inteira sem se movimentar;

– Fazer movimentos com as pernas para bombear o sangue;

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– Evitar ingerir bebidas alcóolicas;

– Manter-se o mais hidratado possível;

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