Tem o chá da tarde. Tem a Bela da tarde. Mas tem também o cansaço da tarde.
As mulheres na menopausa pifam ao cair do sol. Não sei nem bem como se diz isso mas somos as exaustas da tarde. O climatério é uma barra pesadérrima. Calores, humores, odores e agora… a exaustão.
E isso não quer dizer presença de sono pois a menopausa é uma eterna insônia. Nunca pregamos o olho. Somos como semi dead walkers, as sonâmbulas que vagam antes do anoitecer.
E como esses olhos abertos enxergam pouco! Eu que tento abrir a visão dessas mulheres maduras acerca do envelhecimento, me percebo vacilante.
Tenho tido umas sensações horríveis quando a noite cai. Fico lesada, abobada, burra. Não conjugo “lé com cré” e preciso de mim para muita coisa. Estou exausta, confesso. E tenho situações importantes a serem resolvidas. Mudar de apartamento, impostos de transmissão, saída de filhas de casa, aumento da minha reserva de emergência. Faz como?
Eu ando em círculos e fico estatelada com o banzo da menopausa no corpo da mulher madura. Sou a prova viva dessa loucura toda. E dizem que apenas a reposição hormonal melhora isso. Não posso me guiar por isso pois sou uma mulher seca. E me indago: faz como para melhorar?
Voltei pra análise, aumentei a carga da malhação, oro pela manhã, vou à missa todos os domingos e…? Garantia zero de melhora e invejo as minhas amigas maduras que podem usar um chip de estrogênio ou uma pomada de testosterona.
Isso é vida e vale mais do que um bofe gostoso ao seu lado. Porque até para funcionar com o gatão, precisamos de animação. Isso vende? Cartas para a redação.