Luisa Mell precisou interromper seus esforços para resgatar os animais que ficaram para trás na maior enchente da história do Rio Grande do Sul, ao descobrir que quebrou duas costelas. A ativista da causa animal, que está na linha de frente desde a semana passada, contou nas redes sociais o que aconteceu.
“Duas costelas quebradas, por isso não estava mais aguentando de dor. Diante de tanto sofrimento, continuei os resgates mesmo com a dor insuportável que estava. Mas teve uma hora que os remédios fortíssimos já não faziam mais efeito. Fui ao hospital e o exame mostrou o que eu mais temia: duas costelas quebradas”, explica.
Ela conta que, mesmo assim, queria continuar ajudando pessoalmente, mas os médicos alertaram para o risco. “Queria saber quando poderia voltar, mas o médico me proibiu. E alertou que uma pancada neste local poderia ser fatal agora. Confesso que não sabia que era tão grave. Poderia ter perfurado algum órgão. Mas Deus me protegeu“.
A operação para salvar os animais não vai parar, afirma. “O importante é que uma grande equipe está lá para me substituir nos resgates. Inclusive nadam melhor que eu. Sobem em telhados com mais agilidade do que eu. Ou seja, apesar de triste por não poder mais atuar na linha de frente, estou trabalhando e minha equipe está à frente dos resgates”.
“Situação desesperadora”
Ao longo dos últimos dias, Luisa Mell acompanhou de perto o medo e a angústia de cães, gatos e até cavalos em meio à inundação, ajudando a levá-los para abrigos e locais seguros. “Salvamos tantos, mas ainda são muito mais precisando. Além dos animais ilhados, ainda dezenas vagam pelas ruas. Milhares estão em abrigos improvisados. Muitos animais estão amarrados com fitas. A situação é desesperadora. Nunca vi nada igual. Nunca vivi uma situação tão caótica“, desabafou, em um vídeo no qual ajuda a resgatar dois cães de cima de um telhado.
Em uma das postagens, a influenciadora mostrou uma égua sendo salva. “Situação dramática. No meio de todo o caos que enfrentamos aqui no RS, uma égua estava há 4 dias na água, precisando desesperadamente de resgate. Parecia impossível. Ela estava fraca e desidratada. O tempo corria contra nós. Tínhamos que atravessar 3,5 km de alagamento, com partes com mais de 3 metros de profundidade.
Além de tudo, não sabíamos exatamente o que estava embaixo de nós. Eram carros, caminhões, muros… tudo submerso. O resgate mais desafiador da minha vida. Mas eu não podia desistir dela”, detalhou, mostrando o final feliz.
Luisa também aproveitou a exposição de seu trabalho de resgate para pedir doações e continuar ajudando os animais desabrigados. “Precisamos de cobertores, guias, coleiras, focinheiras e principalmente caixas de transportes“. Ela contou também que, assim que a água baixar, pretende continuar ajudando. “Em breve estarei lançando nossa campanha: adote um protetor do RS. Estou organizando para que vocês ajudem pessoas de lá. Será fundamental para a continuidade do trabalho”.