Nicolle Merhy: a jovem que tem revolucionado o universo gamer
"Gostar de jogos faz parte do meu DNA e definitivamente é uma parcela da minha identidade”
Aos 26 anos, a empresária Nicolle Merhy não tem dúvidas sobre seu objetivo: “Quero quebrar barreiras e abrir espaço para as mulheres no universo dos games”. Nascida no Rio de Janeiro, ela começou a jogar aos 6 anos, por influência dos pais, e, tempos depois, encontrou sua profissão nesse setor, tornando-se jogadora profissional e CEO do time Black Dragons e-Sports.
“Tenho muito amor e orgulho de fazer parte desse mundo. Gostar de jogos faz parte do meu DNA e definitivamente é uma parcela da minha identidade”, afirmou em entrevista exclusiva à CLAUDIA.
Sua trajetória profissional começou em 2014, quando entrou para o clã de um jogo. Dois anos mais tarde, Nicolle participou de um campeonato de um dos maiores jogos do mundo, o Rainbow Six, sendo a primeira e única mulher a jogar como titular na série A.
Também passou a comandar um dos melhores times de jogos eletrônicos do país, o Black Dragons, que acumula mais de 60 títulos, 90 atletas e uma receita milionária. Graças a estes feitos, entrou para o Under 30 da Forbes, em 2019 .
“A Black Dragons é um dos times mais tradicionais do mercado, estamos no cenário há mais de 8 anos e fomos eleitos como melhor organização pela maior premiação nacional em 2018”, descreve. Atualmente à frente do time, tem ambições grandes: “Quero transformar a Black Dragons em um ecossistema de experiências e oportunidades para o mercado gamer”.
Um dos diferenciais do time é ter começado numa época em que a profissionalização no mercado era exceção. “O Black Dragons foi um dos responsáveis por estruturar um novo modelo de negócio.”
A inovação presente em toda sua trajetória também aparece nos passos mais recentes: eles abriram uma agência de comunicação especializada em marcas do mundo gamer, um braço estratégico comercial do time.
Nada disso seria possível, porém, sem o apoio familiar que ela recebeu. “Meu pai é a faísca de toda minha caminhada, porque foi ele quem me introduziu aos jogos. A minha mãe também foi muito importante, porque ela me estimulou a seguir o meu sonho, mesmo sendo um mercado novo. Além deles, meu padrasto e minha irmã me apoiaram. Eu cheguei onde estou porque eles, no início, me estenderam a mão e fizeram com que eu pudesse seguir esse caminho.”
Em 2017, aos 20 anos, deixou de ser atleta profissional por precisar focar nas responsabilidades que o empreendimento exigia. Paralelamente, ela passou a crescer como influenciadora digital. “Meu maior potencial é como atleta, mas precisei ir atrás de patrocínios e oportunidades para a empresa crescer”, declarou.
Mesmo com todo talento que lhe é característico, Nicolle não saiu ilesa de preconceitos e ataques machistas. “Entrar numa sala e ser a única profissional mulher, escutar alguém falando mal sobre minha aparência e ver streamers grandes direcionando comentários de ódio contra mim foram coisas que passei. A hipersexualização da mulher no meio gamer também é uma realidade, porque é um clube de homens e nem sempre somos respeitadas, o que só afasta mais jogadoras”, conta.
Entre suas maiores conquistas, ela destaca sua participação em iniciativas que buscam possibilitar o aumento da participação feminina nesse universo. Seu poder de influenciar as pessoas é outro ponto celebrado.
“Quando escutei de alguns dos meus fãs que consegui gerar um impacto positivo na vida deles e os ajudei a sair da depressão, fiquei muito emocionada. Ter pessoas que me acompanham, acreditam em mim e apoiam meu trabalho é muito especial. Sou muito iluminada por ter tanta gente que se inspira em mim e que olha por mim com amor e tanto carinho.”
Que o universo gamer sempre será sua marca registrada não resta dúvidas, mas a grande expectativa é ver as diversas meninas que serão impactadas positivamente por seu trabalho.
“Jogo desde os meus 6 anos de idade e não vejo um futuro onde eu não tenha os jogos atrelados a minha vida ou ao meu trabalho. Espero ajudar outras meninas a se verem nesse espaço”, termina.