Black Friday: assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

70% das mulheres já sofreram violência no deslocamento, diz pesquisa

Apenas 3 em cada 10 vítimas de importunação sexual conseguem contatar as autoridades

Por Mariana Gonzalez Régio
Atualizado em 10 set 2024, 16h26 - Publicado em 10 set 2024, 16h23
Pesquisa Uber - violência contra a mulher no deslocamento urbano
Levantamento é uma parceria entre a Uber e o Instituto Patrícia Galvão.  (Freepik/Reprodução)
Continua após publicidade

Pelo menos 7 entre 10 mulheres já sofreram violência durante seus trajetos cotidianos, seja a pé, de carro ou no transporte público. O dado é de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pela Uber, em parceria pelo Instituto Patrícia Galvão, sobre as vivências e as demandas das mulheres por segurança em seus deslocamentos pela cidade.

Os maiores índices de violência estão concentrados no deslocamento a pé (73%) e por ônibus (45%). Em contrapartida, o transporte em que as mulheres entrevistadas menos relataram ter sofrido violência são nos carros por aplicativo, como Uber e 99.

A pesquisa ouviu mais de 4 mil mulheres com 18 anos ou mais em todo o país, que saem de casa ao menos uma vez por semana, e foi lançada durante o evento Justiça Para Todas Summit, em São Paulo, idealizado pela advogada Fayda Belo.

Violências predominantes no dia a dia

Segundo o levantamento, as violências mais comuns nos trajetos das mulheres estão olhares insistentes e cantadas (44%), crimes patrimoniais, como assalto e furto (26%), e importunação e assédio sexual (17%).

Entre as mulheres negras e LGBTQIA+, a violência sobe bastante em todos os índices. O que mais chama atenção é o índice de importunação sexual:
enquanto 17% de todas as mulheres entrevistadas já passaram por pelo menos uma ocorrência, 32% das mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais já foram vítimas deste crime – quase o dobro.

“O aplicativo da Uber está muito presente no dia a dia das pessoas e, por isso, enfrenta todos os desafios que a sociedade enfrenta, inclusive a violência contra a mulher. A missão da Uber, portanto, é investir em tecnologia e criar mecanismos para prevenir essa violência”, falou Natália Falcón, gerente de comunicações de Segurança na Uber, durante o evento.

Continua após a publicidade

Insegurança e políticas públicas

Apenas um terço das entrevistadas disse sentir muito segura perto de suas casas. São Paulo é a capital em que as mulheres se sentem menos protegidas: nestas duas cidades, metade das entrevistadas respondeu que as ruas não são nada seguras para as mulheres; e a sensação de insegurança é bem maior entre as moradoras dos bairros mais pobres.

Proporcionalmente, o medo que elas sentem de crimes patrimoniais é exatamente igual ao medo que sentem de crimes sexuais: 66% disse temer assaltos e furtos, mesmo número das mulheres que temem importunação, assédio sexual e estupro.

Uber e Instituto Patrícia Galvão, responsáveis pela pesquisa, acreditam que ela pode subsidiar formuladores de políticas públicas, inclusive candidatos às eleições municipais deste ano, a entender as necessidades das mulheres no deslocamento pela cidade e, assim, elaborar propostas para mantê-las mais seguras.

Dados mostraram que o que mais gera insegurança nas mulheres entrevistadas, por exemplo, é a falta e policiamento (para 56% delas) e a ausência de iluminação pública eficiente (para 52%), que são responsabilidade dos governos estaduais e das prefeituras. Além disso, 28% das mulheres disseram se sentir muito inseguras nos pontos de ônibus e 18% dentro dos ônibus.

Continua após a publicidade

Mulheres não denunciam, mas mudam comportamento

Outros dados descortinados pela pesquisa revelam certa descrença no poder público: a maioria das mulheres não reage e não denuncia o ocorrido. Apenas 3 em cada 10 vítimas de importunação sexual, por exemplo, procuraram a polícia para registrar queixa, mesmo sabendo que se trata de um crime.

Por outro lado, para se proteger, 73% delas mudaram hábitos de comportamento após a violência: a grande maioria evita passar por locais desertos e escuros (97%), evita sair à noite (89%), evita certos tipos de roupa (87%), pede que alguém a espere em casa ou no portão (86%) ou escolhe um caminho mais longo ou demorado se achar mais seguro.

Assine a newsletter de CLAUDIA

Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:

Continua após a publicidade

Acompanhe o nosso Whatsapp

Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp

Acesse as notícias através de nosso app 

Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante. 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.