Desde o último final de semana, a polêmica envolvendo as influenciadoras Virginia e Emily Garcia vem dominando as redes sociais. Tudo começou quando Margareth Serrão, mãe de Virgínia, resgatou um antigo conflito entre as duas em um programa de fofocas. Mais tarde, Garcia rebateu as acusações com uma ameaça, afirmando que poderia vazar um dos maiores segredos de Virginia.
Com isso, os internautas levantaram uma teoria: Maria Alice, primogênita da influenciadora, seria filha biológica de Pedro Rezende, ex-namorado de Virginia, e não de Zé Felipe. Através de seus stories, Emily realizou algumas postagens que reforçavam o boato.
Por fim, nesta segunda-feira (27), Virginia falou sobre a controversa pela primeira vez: “Eu vivo por eles, é meu bem mais precioso, não vou aceitar mais. Aguentei até hoje. Agora, bora pra justiça”, afirmou em seu Instagram. O caso, digno de novela, esconde, porém, um problema maior.
A seguir, a jornalista Caroline Apple reflete sobre as questões culturais e sociais intrínsecas à pauta:
A desmoralização de Virginia
Boa parte da construção da carreira da influenciadora Virginia Fonseca tem como alicerce sua família com o cantor Zé Felipe. Portanto, não há nada referente a esse tema que vai escapar do interesse público, principalmente se envolver questões de infidelidade em uma estrutura familiar que Virgínia vende como perfeita e amparada pela moralidade cristã.
A fofoca é uma patologia brasileira. Em um país de desigualdades, ver alguém com a vida da Virgínia abalada pelo ordinário é um bálsamo para muita gente. A influenciadora ganhou status de humana numa sociedade patriarcal que jamais perderia tempo em desmoralizar uma mulher.
Mesmo a influenciadora chamando de “sem nexo” as suspeitas sobre a paternidade dos seus filhos, sua tentativa de defesa se torna nas mãos dos haters álcool para a fogueira das vaidades da qual ela faz parte.
Esse tipo de julgamento moral público é bem comum na vida das pessoas superexpostas. Virgínia divide com quase 48 milhões de seguidores o seu dia a dia somente no Instagram.
Mas outro ponto importante é o como esse tipo de tentativa de desmoralização acaba partindo de outras mulheres. Elas que são ricas que se entendam? Sim! Mas as dinâmicas sociais entre as mulheres ainda se mostram frágeis na hora dos embates.
Não parece haver o mínimo de ponderação na hora de lidar com uma situação de conflito, e as construções de gênero entram em ação para balizarem os comentários que serão feitos. A mãe de Virgínia se referiu à influenciadora Emily Garcia como invejosa, que logo revidou insinuando que Virgínia era uma traidora da família brasileira, não poupando esforços para que isso ganhasse força através de novas indiretas. Preguiça tremenda.
Poderíamos ignorar essa briga? Talvez. Mas a verdade é que ela demonstrou em nível nacional, mais uma vez, como é ser violentada como mulher. Será que realmente não havia outro caminho?
Será que uma mãe insinuar de forma pública que outra mulher é invejosa por uma possível frustração por causa de homem, e como contra-ataque sua filha ter a paternidade dos filhos colocada sob suspeita, era realmente necessário? A resposta é NÃO!
A Virgínia agora parece ter problemas maiores do que o odor do seu body splash. Mas, por fim, o problema é de todas nós mulheres que seguimos suscetíveis a esse tipo de situação.
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